A tendência foi ensaiada na edição outono/inverno da São Paulo Fashion Week deste ano. Parte da mostra A Chita na Moda, instalada no Museu da Casa Brasileira, foi exibida na Bienal em janeiro, com fotos da top Caroline Ribeiro em modelitos de chita clicados por Jacques Dequeker.,
Nos looks, a velha regra do equilíbrio ainda vale. "Quem tem quadril largo pode destacar a parte de cima com apliques de chita. Já quem tem barriga ou ombros largos pode optar por detalhes em calças ou saias", afirma a consultora de imagem pessoal, Patrícia Tucci. Para usar peças feitas inteiramente de chita, o raciocínio é o mesmo, observando a proporção do corpo. As bolsas feitas de chita são curingas e levantam qualquer roupa básica. "Mas como a chita é casual, só deve ser usada em passeios de fim de semana", diz a consultora.
Surgido na Índia, o tecido tem sentido folclórico e popular, principalmente no interior do Brasil. Com temas coloridos - em grande parte floridos - a chita saiu das praças em dia de quermesse e ganhou as casas. Primeiro sob o formato de cortinas, toalhas de mesa e almofadas nas residências rurais, pelo interior do Brasil. Depois como contraponto "humilde" de decorações luxuosas, já que a chita é baratíssima - custa em média R$ 4,50 o metro. Um dos restaurantes da Bienal de Arte, onde é realizado o SPFW, utilizou metragens de chita para decorar o teto.
"A chita é interessante como contraste a elementos sofisticados. Se for usada junto a objetos rústicos, a decoração fica comum, empobrecida", afirma a arquiteta Evelin Sayar, de Santo André. Ela sugere compor o ambiente com detalhes de chita e tecidos mais nobres. "Junto com veludos e sedas, a chita alegra o ambiente. Os demais tecidos brilhantes também combinam bem. Com as cortinas de chita, é interessante usar pingentes brilhantes ao longo do tecido", diz.