*Por Sylvia Demetresco
De todos os lados, eventos pipocam em Paris neste ano Brasil/França e é impossível participar de todos eles: corrida de cavalos em Chantilly, manifestação no Jardim do Luxemburgo, festa na Natura, encontros de fotógrafos, exposições de artistas, músicos na Villette, Marília Pêra no teatro des Champs Elysées e assim por diante...enfim, uma maratona, para quem quiser estar presente a tudo. E ainda, para completar, há liquidação total em Paris, que dura de 27 de junho a 27 de julho!
Ciceroneada por nosso amigo Paulo Pereira, visitei a Galeries Lafayette a cada andar: primeiro as vitrinas que estavam magníficas, com vários estilistas expostos, de roupas a calçados, passando por elementos artesanais e culturais brasileiros apresentados de modo especial, com muita luz solar, muita cor e carregando dentro de si o nosso calor. No primeiro andar, saindo da escada rolante, por uma das quais entram os 80 mil consumidores diários desta loja, estava em exposição a marca Tereza Santos da Patachou, cujo idealizador foi Paulo. Com um stand limpo e bem iluminado, vendeu muito bem. A seguir, no mesmo andar, a exposição fantástica de Bethy Lagardère, “une exposition à découvrir”: roupas realizadas por estilistas como Gaultier, Galliano e outros, com todos os acessórios, estavam em vitrinas que ao invés de vidros, tinham uma tela finíssima preta que dava menos visibilidade, mas certa sensualidade ao cenário. O espaço todo escurecido, com carpete e paredes negras e cada cenografia muito bem iluminada, davam um ar teatral. No outro andar um stand redondo que de um lado apresentava as Havaianas e de outro a Ellus, eram dos mais visitado. Uma exposição de roupas feitas com chita, reunia doze estilistas brasileiros que trabalharam esta matéria, também presente em uma das vitrinas, assim como Jum Nakao; este por sua vez reapresentou seu desfile. No quarto andar um imenso bazar com tudo que é produto brasileiro, a preços franceses, é claro! Até o Lafayette Gourmet estava abrasileirado servindo comes e bebes típicos, acompanhado de muita música, concertos, bares e até sua agencia de viagem, estava vestida de Brasil!
Na galeria St Père, Hugo França expõe sua obra de modo alegre e natural. O tema da exposição “Histórias de Mares e Florestas” é conseqüência da história da vida do artista, que viveu em Trancoso. Hugo busca na mata árvores mortas e restos de troncos e raízes abandonados da madeira do Pequi, a mesma usada pelos índios Pataxós da região, para construírem suas canoas. O fato do Pequi ser uma madeira difícil de ser trabalhada ela foi deixada de lado na extração e isto explica a existência de toras belíssimas, tombadas há muito tempo, que ainda são encontradas nas matas. Hugo deu outra funcionalidade às formas cilíndricas dos troncos mortos e às canoas quebradas, criando a sua arte com uma matéria-prima que agrega à obra, a história da madeira. Hugo diz que dispensa papel e lápis e que desenha direto com giz, na peça bruta, marca os cortes, designa a nova forma e concretiza o todo, apenas com o olhar.
Por fim, um piquenique do bairro de Saint Germain, bem enfrente à Natura, com direito a sucos naturais de frutas brasileiras, balas de maracujá, bolo de milho e muito samba no pé. Helen Kupfer mantém a loja com alto astral, recebe os vips do bairro e até o prefeito. Muita gente bonita fazendo compras e um ar bem brasileiro no atendimento excepcional desta marca! Aguardando o lançamento do perfume de Priprioca!
http://www2.uol.com.br/modabrasil/paris_link/folego/index2.htm
