A chita é um tecido que pertence ao imaginário brasileiro com seus motivos florais e festivos, como diz o designer gráfico Carlos Perrone. Segundo ele, é um produto que já quase nem é produzido no Brasil, poucas são as fábricas que o fazem. "É um tecido que tende a ser do passado, ainda mais porque é barato e seu uso é específico", afirma Perrone. É ele o curador da mostra Chita Refazenda, em exposição na Ovo, pertencente aos designers Luciana Martins e Gerson de Oliveira. A chita foi usada como ponto de partida para 15 designers gráficos - Amanda Oliveira, Antonio Saggese, Auresnede Eddy Stephan, Carlos Matuck, Celso Longo, Claudio Ferlauto, Ettore Bottini, Guinter Parschalk, Guto Lacaz, Marcelo Aflalo, Waldemar Zaidler, Ruth Klotzel, Chico Homem de Melo, Iris Di Ciommo e Plínio Toledo Piza - produzirem suas obras. Em nenhum dos trabalhos há a chita, propriamente, mas ela está presente em todos eles. "A mostra é uma tentativa de refazer padrões e desenhos que caracterizam o tecido em outros meios", diz o curador. A chita foi retirada do suporte e se desdobrou em cartazes, trabalhos tipográficos e eletrônicos. Por exemplo, Eddy Stephan criou uma espécie de propaganda de um produto, a Coca Chita com a tipografia da marca Coca Cola e uma garrafa estampada com o tecido. Guinter Parschalk também usa a estampa em obra-projeção num bastidor. E assim adiante. A chita está até mesmo em Paris, na Galeria Lafayette. Foi inaugurada há pouco como parte da programação do Ano Brasil na França a mostra Que Chita Bacana, apresentada no 'Museu da Casa Brasileira' e desdobrada em livro, uma pesquisa de Renata Mellão. Chita Refazenda faz parte dessas atividades. http://www.oqdesign.com.br/22/veja.htm#txt06 |