por Adélia Borges
Carlos Motta é uma estrela de primeira grandeza do design nacional, várias vezes premiado. "Faço projetos de mobiliário brasileiro atual, muito honesto, sem pretensões a vanguarda", define ele. A honestidade está presente na qualidade de elaboração do móvel, feito para durar muito, usando principalmente madeiras maciças como amendoim, mogno, cedro e cabriúva. Está também na qualidade do desenho, uma mistura de influências brasileiras, escandinavas e norte-americanas (especialmente dos seguidores da seita Shaker), todas voltadas para a simplicidade. Arquiteto de formação, Carlos Motta preserva as características de ateliê de seu trabalho, pronto para projetar qualquer coisa que o cliente queira em madeira. Mas há vários produtos em linha, como mesas, camas, aparadores, escrivaninhas, armários, objetos e principalmente cadeiras, sua paixão declarada - já desenhou cerca de 25 modelos diferentes.
Um exemplo significativo de seu trabalho é a cadeira São Paulo, concebida em 1982, que conquistou o primeiro lugar no 2º Prêmio Museu da Casa Brasileira. Ela originou uma técnica construtiva que hoje se aplica a uma linha inteira de mobiliário, produzido em escala, em forma semi-industrial. A São Paulo já se tornou um clássico, o que tem sua contrapartida desfavorável: é um dos modelos mais copiados em todo o País.
Imune à pretensão do vanguardismo, Motta faz móveis belos de ver e confortáveis de usar, e permanece evoluindo dentro de um caminho próprio.