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ARQUITETURA DE MOBILIÁRIO: A MARCENARIA BARAÚNA

Publicado por A CASA em 1 de Setembto de 2006


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A Marcenaria Baraúna nasceu como uma extensão do escritório Brasil Arquitetura. Em 1986, já com alguns anos de prática de projeto arquitetônico, criamos coragem para ir ao encontro de uma nova aventura, atendendo a uma demanda que pulsava na cabeça dos três sócios: executar nossos projetos de mobiliário em marcenaria própria. Nosso outro sócio na época era Marcelo Suzuki, que em 1995 deixaria a sociedade.


Queríamos não só projetar móveis e objetos de madeira, mas também acompanhar sua execução, experimentar diferentes soluções, tipos de encaixes e acabamentos – enfim, queríamos diminuir a distância e o tempo entre a prancheta e o produto acabado. Entramos então em outra escala de trabalho – com o obrigatório acompanhamento in loco – sem, no entanto, abrir mão do projeto de arquitetura lato sensu do escritório. Ao contrário: projetávamos tudo, de cabo a rabo. E tudo era arquitetura.

Era e continua sendo. Na Baraúna, projetamos móveis “de arquiteto”, se é que se pode dizer assim. Os raciocínios, os conceitos, o modo de abordar cada questão são os mesmos adotados nos projetos de edificação ou de urbanismo. A lógica da estrutura, do equilíbrio, do comportamento e da resistência dos materiais, do conforto, da economia de meios e insumos, da essencialidade, tudo nos leva à explicitação do sistema construtivo. Móveis sem “bagaços”, sem sobras, que seguem a lógica das máquinas e ferramentas e só sobrevivem se têm um bom funcionamento, se atendem ao seu fim. Móveis que precisam durar, que têm de ser econômicos e belos ao explicitar com precisão seus propósitos, ao responder às necessidades e anseios de seu tempo.

O mergulho no mundo das madeiras é fascinante. Revelam-se texturas, cores, cheiros e, o que é mais interessante, diferentes propriedades que as qualificam para múltiplas funções; peso, densidade, comprimento da fibra, flexibilidade, dureza e outras variáveis orientam a aplicação mais adequada. E, no caso específico da flora brasileira, sua diversidade apresenta um campo vastíssimo a explorar.

Assim como em nossa arquitetura, ao desenhar móveis refletimos e buscamos soluções na história brasileira colonial, na experiência vernacular, nos pioneiros modernos nacionais e internacionais. Olhamos à nossa volta, no tempo e no espaço, sem no entanto fazer disso uma receita, sem preconceitos contra inovações ou novidades de onde quer que venham, mas arredios a modismos e estilismos. Não vestimos a carapuça de inventores ou criadores originais; nem mesmo nos denominamos designers, uma vez que essa palavra, repleta de significados na língua inglesa, acabou por se banalizar no Brasil. Somos arquitetos que projetam móveis.

 

Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz