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CASA museu do objeto brasileiro lança prêmio durante a 13ª. Paralela Gift que acontece de 29 de fevereiro a 4 de março no Complexo Ohtake Cultural
Para comemorar seus 10 anos de existência, A CASA museu do objeto brasileiro lança na 13ª. Paralela Gift o Prêmio Objeto Brasileiro, que destacará e premiará os melhores produtos oriundos da união entre produção artesanal e design contemporâneo nas seguintes categorias: Objeto de Produção Autoral, Objeto de Produção Coletiva, Ação Sócio-Ambiental e Novos Projetos - Estudantes e Jovens Profissionais. Mais do que um concurso organizado por uma instituição pioneira e atuante na promoção do design e da produção artesanal contemporânea, o Prêmio pretende ser um acontecimento bienal e permanente, mobilizando e estimulando recursos criativos, troca de idéias e novos contatos.
Para o lançamento do prêmio, a curadora Adélia Borges preparou uma exposição retrospectiva de objetos emblemáticos da união do design e da produção artesanal, com cerca de 20 objetos e projetos relevantes desenvolvidos no Brasil nas duas últimas décadas, ENCONTROS DESIGN + ARTESANATO. Segundo Adélia Borges, curadora da mostra idealizada para comemorar o lançamento do prêmio, “ao contrário de outros países em que o design se desenvolveu a partir das habilidades e tradições artesanais (Itália e Japão, por exemplo), no Brasil e em outros países latino-americanos essas duas atividades sempre viveram em mundos separados, situados em campos até opostos. Isso porque a gênese do ensino do design em nosso continente enfatizou a corrente internacionalista, que resultou formas padronizadas, estandardizadas, originando um verdadeiro divorcio entre design e artesanato. Por volta dos anos 80, esta oposição tem dado lugar a aproximação. Não mais o versus, o x entre um e outro campo, e sim uma conjunção aditiva, o e. Essa exposição pretende mostrar alguns marcos significativos do resultado dessa aproximação”.
Os organizadores do Prêmio Objeto Brasileiro acreditam que a cultura de um povo se expressa de diversas formas e o objeto brasileiro é um exemplo fundamental dessa expressão brasileira. Carregado de identidade, símbolos e significados, o objeto artesanal representa a riqueza cultural principalmente no que se refere à sua dimensão imaterial, constituída pela escolha e coleta de materiais, técnicas e modos de produção, transmissão e perpetuação de saberes. O design, por sua vez, contribui com a novidade e propõe soluções técnicas, funcionais, estéticas e ergonômicas aos objetos. A iniciativa da criação do Prêmio Objeto Brasileiro é unir todos esses conceitos e divulgar o design brasileiro no exterior. A seguir, a curadora Adélia Borges fala mais sobre o relacionamento mercado-design-empresas no Brasil em entrevista concedida a jornalista Thereza Dantas.
Portal RAIZ.: Como a Sra. avalia a produção dos designers brasileiros?
Adélia Borges: O design brasileiro está passando por um florescimento como nunca houve. A atividade ocorre de norte a sul do Brasil, transcendeu fronteiras e está obtendo um grande reconhecimento internacional, com os irmãos Campana encabeçando a fila no cenário internacional. Na base dessa virada está o fato de que muitos designers não têm mais virado as costas para as raízes de nossa cultura, como historicamente se verificava.
Portal RAIZ.: Quais são os problemas que impedem a popularização o design no Brasil?
Adélia Borges: Ainda há uma cisão entre designers e empresários. Isso vem desde os tempos em que o mercado estava fechado para os produtos estrangeiros, o que facilitou a disseminação da cultura da cópia dos produtos do exterior. Nos últimos 20 anos essa situação está mudando e hoje se vêem produtos com excelentes projetos em vários segmentos de produção, não mais quase que exclusivamente no mobiliário, como ocorria. Já há uma popularização. Desde a estabilização da inflação a indústria está absorvendo mais o design, inclusive em faixas de consumo de público C e D. Mas claro que este é um processo que está em curso e ainda falta aproximar mais designers e empresários para que a popularização se sedimente.
Portal RAIZ.: Qualidade, beleza e conforto são sinônimos de objetos caros?
Adélia Borges: Definitivamente, não deveriam ser. E em muitos casos já não são.
Portal RAIZ.: O prêmio avalia somente estudantes de design? Artistas - designers populares - poderão se inscrever?
Adélia Borges: Não posso falar sobre o prêmio porque não participei de sua elaboração. Posso falar apenas da exposição da qual sou curadora, e que mostrará justamente essa aproximação entre o mundo que se convencionou chamar de erudito e o mundo que se convencionou chamar de popular no campo da gestação de objetos utilitários que estão fortemente ancorados em identidades locais. Há uma (r)evolução silenciosa (expressão do australiano Kevin Murray) acontecendo em toda a América Latina nesse sentido, com resultados notáveis para a melhoria da qualidade estética dos objetos e a melhoria da qualidade de vida das pessoas envolvidas na produção desses objetos.
O regulamento e a ficha de inscrição estarão disponíveis no site de A CASA museu do objeto brasileiro: www.acasa.org.br a partir de 29 de fevereiro de 2008.
O 1º Prêmio Objeto Brasileiro será atribuído ao 1º e 2º lugares nas seguintes categorias:
Objeto de Produção Autoral
1º lugar: R$ 5.000,00 e 2º lugar: R$ 2.500,00
Objeto de Produção Coletiva
1º lugar: R$ 5.000,00 e 2º lugar: R$ 2.500,00
Ação Sócio-Ambiental
1º lugar: R$ 5.000,00 e 2º lugar: R$ 2.500,00
Novos Projetos - Estudantes e Jovens Profissionais
Desenvolvimento de protótipos dos projetos selecionados: R$ 2.000,00
Serviço:
ENCONTROS DESIGN + ARTESANATO
De 29 de fevereiro a 4 de março - das 10h às 20h
Complexo Ohtake Cultural - Av. Brigadeiro Faria Lima, 201 - São Paulo - SP
Mais informações sobre o 1º Prêmio Objeto Brasileiro:
Tel (11) 3814.9711 –
acasa@acasa.org.br - www.acasa.org.br |
