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SALA DO ARTISTA POPULAR PERDE SUA IDEALIZADORA

Publicado por A CASA em 29 de Junho de 2010


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Faleceu, no último dia 27 de maio, aos 73 anos, Lelia Coelho Frota. Poeta, crítica de arte, museóloga e antropóloga, Lélia dedicou décadas de sua vida à promoção do artista popular brasileiro, enfatizando, principalmente, sua condição de autor.

Para o antropólogo Ricardo Gomes Lima, Lélia "era uma mulher fantástica, uma das grandes pensadoras desse universo da arte e da arte popular no país". De acordo com ele, costumava-se pensar o objeto popular como objeto folclórico, definido como anônimo e coletivo. "A Lélia parte de um pressuposto de que cada objeto tem um autor, tem uma marca autoral que deve estar explicitada. Cada objeto desses, além de ser uma 'alma do povo brasileiro', como se pensava e se queria, tinha o caráter também de ser a identidade de um grupo, e era importante que o público fosse informado sobre isso".

Com esta concepção, Lélia cria, em 1983, a Sala do Artista Popular, no Museu de Folclore Edison Carneiro, no Rio de Janeiro. A idéia fundamental era constituir um espaço de exposições e venda dos trabalhos de comunidades de artesãos e artistas populares, apresentando, junto com as obras, todo o contexto em que elas foram produzidas. De acordo com Ricardo Gomes Lima, tratava-se de mostrar "a relação entre aquilo que o artesão produzia e a sua vida, sua visão de mundo". Toda exposição é precedida de pesquisas de campo e documentação fotográfica, resultando na edição de um catálogo que informa o público sobre o objeto que ele está vendo. Ao todo, já foram realizadas mais de 150 exposições.

Além disso, a Sala do Artista Popular oferece a artesãos e artistas um canal permanente e direto de comercialização, seguindo um princípio de Lélia de que era sempre melhor comprar diretamente do produtor.

A trajetória de Lélia não se restringe à criação da Sala do Artista Popular. Ao longo de sua vida, Lélia ocupou o cargo de Presidente do Instituto do Patrimônio Histórico a Artístico Nacional (IPHAN), foi Diretora do Instituto Nacional do Folclore, da Funarte e Diretora do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Além disso, Lélia deixa como legado uma série de livros sobre o assunto que aprofundam e concretizam suas principais idéias em torno dessas questões.