O Brasil está na moda. O mundo inteiro quer homenageá-lo e a forma mais fácil de se fazer isto é através da arte, da música e da gastronomia.
Assim, o artesanato torna-se a cada dia, mais procurado. Através dele mostramos nossa cultura, a diversidade de materiais e de nosso povo. São redes de lojas na Europa e nos Estados Unidos que querem fazer a semana, o mês ou a quinzena do Brasil.
O artesão tem, portanto, que aproveitar este momento antes da Copa, já que, durante os jogos, ninguém vai morrer de ganhar dinheiro, pois o turista da Copa não carrega sacola. O máximo que ele fará é comprar uma “lembrança!”, desde que ela esteja na frente dele, em aeroportos, hotéis ou pontos turísticos. Mesmo assim, só se for pequena, não quebrar e couber na mala, afinal este turista está indo de um lugar a outro do país, acompanhando o seu time.
Acho que sou uma das poucas pessoas que têm falado isso. Outro dia procurei me informar sobre o que acontece com a comercialização do artesanato no Rio e em Salvador durante o carnaval, tendo em vista que as duas cidades recebem mais turistas nesta época do ano que qualquer cidade receberá durante a Copa. E sabe qual foi a resposta? Quase nada! Lógico que a venda aumenta um pouco, mas nada que tire ninguém do buraco.
Liguei para amigos que moram na África do Sul e pedi que eles procurassem saber o que aconteceu com o artesão africano durante e após a Copa de 2010. Sabem a resposta? Assim como aqui no Brasil eles foram incentivados a produzir, pois iriam vender para milhares de turistas e ficar ricos. Hoje, frustrados e cheios de estoque, estão vendendo seus trabalhos, a preço de banana, para atravessadores do mundo inteiro, que têm a oportunidade de comprar produtos baratos , muito abaixo do preço.
Isso lembra uma frase que li num jornal há anos atrás, na época do presidente Figueiredo: “Plante que o João garante, mas plante pouco que o João não é louco”.