Faça seu Login para que possamos configurar a navegação de acordo com as suas preferências.
Não está cadastrado?Clique aqui.

BIBLIOTECA

ARQUIVO:
COLEÇÕES
BIBLIOTECA
VIDEOTECA
EXPOSIÇÕES VIRTUAIS
SOCIOAMBIENTAL
A CASA E O MUNDO

MATÉRIA DO MÊS

MONTE AZUL: CAMINHOS POSSÍVEIS PARA DESIGN, ARTESANATO URBANO E AÇÃO SOCIAL

Publicado por A CASA em 29 de Agosto de 2008
Por Lígia Azevedo

Diminuir o texto Tamanho da letraAumentar o texto

Em 1979, uma turma noturna de alunos aprendia, à luz de velas e com poucos recursos de maquinário, os primeiros passos do trabalho de um marceneiro. Esse é o início da história da marcenaria da Monte Azul, ONG criada pela pedagoga alemã Ute Craemer, na favela de mesmo nome da zona sul de São Paulo. Quase 30 anos e muitas turmas depois, essa mesma marcenaria tem uma estrutura digna da intensa produção, que vai de brinquedos a móveis e objetos utilitários. Os produtos são revendidos em 40 lojas espalhadas pelo Brasil, além da lojinha própria. Se antes trabalhavam com materiais doados por grandes empresas, hoje compram seu próprio material e fazem o reaproveitamento das sobras da produção.
“Quando começamos, tentamos saber o contexto dos alunos, produzir peças que eles utilizassem no dia-a-dia”, conta Evanilda Dias (Evinha), há 26 anos na Monte Azul. Ela conta que o aprendizado teve continuidade na vida dos jovens. Três dos ex-alunos abriram pequenas empresas fora da comunidade, outros seguiram via universitária no curso de design, e sete deles continuam lá, agora como funcionários.
Em 2001, a Monte Azul participou do projeto Design Solidário, de iniciativa de A CASA, que promoveu o encontro dos artesãos da associação com estudantes de design da Holanda. “Após o trabalho com os holandeses, surgiram designers interessados em trabalhar com a gente”, conta Ronaldo Pereira, ex-aluno que há sete anos se tornou funcionário de lá. “Desde então, fizemos trabalhos com o Projeto Terra e Ornare, e temos também parcerias fixas com Flavia Pagotti e Design Possível”, completa.
A Monte Azul atua em três favelas da região, atendendo a cerca de 5 mil pessoas. Além da marcenaria, a infra-estrutura conta com creches, ambulatório médico e Centro da Juventude, biblioteca, horta orgânica, padaria e farmácia antroposófica. Com três décadas de trabalho, a ONG já se tornou referência. “Estou embarcando amanhã para divulgar no Japão o nosso trabalho”, contou Evinha na despedida.