Faça seu Login para que possamos configurar a navegação de acordo com as suas preferências.
Não está cadastrado?Clique aqui.

BIBLIOTECA

ARQUIVO:
COLEÇÕES
BIBLIOTECA
VIDEOTECA
EXPOSIÇÕES VIRTUAIS
SOCIOAMBIENTAL
A CASA E O MUNDO

MATÉRIA DO MÊS

DA ÍNDIA PARA A MARQUÊS DE SAPUCAÍ

Publicado por A CASA em 27 de Fevereiro de 2009
Por Lígia Azevedo

Diminuir o texto Tamanho da letraAumentar o texto

"Sou a Chita Bacana a brilhar
No batuque da Estácio de Sá
Sou o samba raiz felicidade
Na força da Comunidade"

 
No último sábado a chita foi o destaque do desfile no grupo de acesso da escola de samba carioca Estácio de Sá. Com o enredo Que Chita Bacana, a escola contou a história da chita desde seu surgimento, na Índia, até tempos recentes da tropicália brasileira, baseando-se no livro homônimo idealizado por Renata Mellão e Renato Imbroisi, editado pelo museu A CASA.

 De acordo com o carnavalesco Cid Carvalho, a idéia de levar a chita à passarela é fruto de outra idéia. “Muitas manifestações são símbolos da brasilidade, mas não são originalmente brasileiras. Por exemplo, Carmem Miranda, que é portuguesa, o futebol, que é inglês e o próprio carnaval, que foi importado para cá. A chita é a mesma coisa. Ela veio da Índia, mas hoje é um símbolo da brasilidade”. No entanto, ao se aproximar da história o tecido, o carnavalesco percebeu que ela era mais do que suficiente para constituir um enredo: “no fim das contas, percebemos que a chita por si só já dava uma história e tanto”, completa.


A chita foi trazida da Índia pelos europeus, que estavam em busca das especiarias, à época das grandes navegações. Quando levada para a Inglaterra, passou a constituir os motivos decorativos das louças. Mas é ao ser levada ao Brasil que a chita ganha formas nunca antes vistas, inspiradas na fauna e na flora locais. “No Brasil nós temperamos e deixamos muito mais gostoso”, afirma Alexandre França, pesquisador, viabilizador e administrador da Estácio de Sá. O desfile da escola terminou com um carro que fazia referência ao movimento tropicalista, e a chita aparece como símbolo de resistência contra a ditadura. “Usar a chita naquela época era como uma resistência, ela é forte, bonita, chocante, livre, solta e foi muito usada na época das cinzas, da escuridão, da ditadura”, assinala Alexandre.

Todas as alegorias foram compostas, pelo menos em parte, com tecido de chita. Para Cid Carvalho, “contar a história da chita é contar a própria trajetória do país”.