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Renato, Marta e Juan

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3ª TENET DESTACA OBRAS QUE TRANSFORMAM SENTIMENTOS EM ARTE TÊXTIL

Publicado por A CASA em 13 de Agosto de 2013
Por Lígia Azevedo

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Transformar em matéria artesanal o que se dá no íntimo do artista, transpor um sentimento para a matéria tecida, bordada ou feltrada. Foi esse o desafio lançado para a mais de 60 artesãos cujos resultados estão expostos na terceira edição da TENET, exposição de arte têxtil aberta até o dia 31 de agosto na sede do museu A CASA.
 
Com coordenação de Juan Ojea, Marta Meyer e Renato Imbroisi, a mostra deste ano reúne 67 artistas, designers, estilistas e artesãos e, pela primeira vez, conta com a presença de nomes internacionais: Andrea Eimke, neozelandesa residente na Polinésia; Beatriz Oggero, uruguaia residente na Bolívia; Maria Eugenia Cordero, argentina que mora em São Paulo; e a inglesa Carlota du Pontavice, professora têxtil na Universidade Andres Bello em Santiago, no Chile.
 
Junto a cada obra, há uma foto do artista que evidencia – por meio de expressão corporal e facial – a emoção que ele quer passar. “O universo das emoções trazidas foi o mais diverso, como também o dos materiais – arame, fio de cabelo, fio de algodão, feltragem, bordados, esculturas com fios de seda e cobre etc. “Limitamos apenas a dimensão dos trabalhos, que deveriam ter no máximo 40x40x40cm”, conta Marta Meyer. “Foi a primeira vez que abordamos um tema mais profundo, e estamos buscando cada vez mais afunilar na curadoria o tema têxtil”, acrescenta.
 
Nascida de um reencontro de artistas pela internet, a TENET já teve duas mostras anteriores, sob os temas das cores branca (2011) e preta (2012). A rede vem naturalmente crescendo e agora seus organizadores buscam patrocínio para poder continuar e ampliar o trabalho, como conta Marta: “Daqui para o futuro a intenção é fazer crescer a rede, tanto no sentido do número de participantes, quanto das nossas ações. Aliada à próxima exposição da TENET, pretendemos fazer um mês de atividades com seminários, workshops, espaço para comercialização. E, além da exposição coletiva anual, a ideia é ter individuais ao longo do ano”.
 
Das Artes Manuais para as Artes Visuais
Os trabalhos reunidos na TENET são exemplo de um campo para a arte têxtil que a aproxima das artes plásticas, no qual as peças se tornam mais do que utilitários, obras de arte. “A tendência de retomada e valorização do artesanal está crescendo muito nas Artes Plásticas. E a arte têxtil em si no Brasil está começando a ser valorizada também como expressão artística, mais do que já era”, observa Marta Meyer.
 
Na história das artes visuais brasileiras esse namoro com a arte têxtil vem de longa data. Já nos anos 60, o baiano Genaro de Carvalho, considerado o fundador da moderna tapeçaria brasileira, deu à tapeçaria um novo status, elevando-a a condição de obra de arte. Entre os anos 60 e 70, destacava-se outro tapeceiro, o paulista Norberto Nicola, que participou de cinco Bienais, teve obras expostas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), na Galeria da O.E.A., em Washington, e no Museu Nacional de Belas Artes do México, e tem hoje algumas de suas obras na coleção do Museu de Houston, nos Estados Unidos.
 
Ernesto Neto e Fernando Marques Penteado estão entre os exemplos contemporâneos de destaque. Na última Bienal de Arte de São Paulo, no ano passado, além da grande retrospectiva da obra de Bispo do Rosário, o carioca radicado em Londres, Alexandre Cunha, e a americana Elaine Reichek foram alguns dos artistas que utilizaram a técnica nos trabalhos expostos.
 
“Mesmo assim, a arte têxtil ainda não tem muito espaço. Tivemos a Bienal como uma amostra, temos outras pequenas galerias e espaços como o Sesc. Mas em quase todas as galerias a primazia da pintura é unanimidade. No resto do mundo essa relação já é mais equilibrada”, explica Marta.