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HEFESTO NA ERA DIGITAL

Publicado por A CASA em 10 de Janeiro de 2014
Por Laura Bing

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O artesanato é uma prática milenar, ocorrendo desde o período neolítico. É um trabalho tão tradicional que em várias culturas politeístas existem deuses do artesão, sendo um deles o Hefesto, deus grego dos artesãos, ferreiros e escultores.  Mas, assim como qualquer atividade social, o artesanato passou por diversas transformações: desde a produção manual de artigos de caça para subsistência até a ameaça de sua perenidade com o surgimento da industrialização e crescimento do capitalismo. Independente da época, o artesão é o profissional intimamente ligado à elaboração do seu trabalho, escolhendo desde a matéria prima até a comercialização.
A produção artesanal é uma das mais ricas expressões de cultura de um determinado grupo ou indivíduo, resistindo e valorizando a produção livre de industrialização. Para muitos, o artesanato é tido como uma peça de elevado valor financeiro, exatamente pela concepção de hoje em dia onde tudo é produzido em larga escala e com materiais feitos para durarem o tempo que as tendências fashionistas demandarem.
Um movimento que podemos perceber hoje em dia é a venda virtual de artesanato, ainda que esse tipo de comércio seja um grande tabu para consumidores que preferem adquirir produtos em lojas físicas. Essa foi uma das desvantagens apontada por Carlos Curioni, CEO do site Elo7, o maior site brasileiro de compra e venda de artigos artesanais.  Por outro lado, Carlos afirma que o preço dessa “ausência do olho no olho é ter a possibilidade da quebra de barreiras, onde uma pessoa pode comprar um artigo a quilômetros de distância”. Mas para Carlos, o artesanato continua carregando a carga emocional natural de uma peça produzida manualmente, mesmo sem a existência do contato direto entre consumidor e artesão. Entretanto, a quantidade de artesãos brasileiros que vendem via internet é um número embrionário: apenas 2% apostam na ferramenta virtual.
Para Jaques Weltman, CEO e um dos fundadores do Airu, o brasileiro ainda tem notável receio de compras online por conta do tempo de espera e do receio de colocar as informações do cartão de crédito num ambiente que pode não ser seguro. A ideia, ao formular o site com seu sócio Fabio Tran, era criar uma plataforma virtual confiável e que valorizasse o artesão e o micro empreendedor de marcas desconhecidas, como uma alavanca que impulsionasse suas vendas e os colocasse em destaque.
A utilização da internet como uma ferramenta de comercialização pode fomentar a venda do artesanato brasileiro, levando também a quebra de tabus sobre o consumo online. Além disso, o comércio virtual de peças artesanais pode contribuir na expansão da idéia de que o artesanato é uma produção com muito potencial cultural, que valoriza características regionais, ideológicas, religiosas e históricas. É necessário que o artesanato seja apreciado com a devida consciência da técnica que traduz o maior significado de humanidade: a passagem da cultura popular e coletiva a objetos concretos.