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A CASA E O MUNDO

MATÉRIA DO MÊS

AS EXPECTATIVAS PARA O COMÉRCIO DO ARTESANATO DURANTE A COPA DO MUNDO DA FIFA

Publicado por A CASA em 6 de Maio de 2014
Por Laura Bing

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A aproximação da Copa do Mundo é um tema que estampa os noticiários e as conversas, que vão das triviais às engajadas. A vinda do campeonato mundial de futebol ao território brasileiro traz muitas contradições sobre os financiamentos federais e da FIFA, questionamentos sobre a infraestrutura das cidades que sediarão os jogos e qual será o legado que o megaevento deixará para a sociedade brasileira.

Segundo dados oficiais do ”Portal da Copa” – Site do Governo Federal Brasileiro sobre a Copa do Mundo da FIFA 2014 – a estimativa é que o evento agregará 183 bilhões ao PIB nacional até 2019. Além disso, há incentivo federal de 2 bilhões para melhorias em aeroportos e transporte público nas cidades que sediarão os jogos e estima-se a geração de 710 mil empregos, entre fixos e temporários
           
Mas, em relação ao campo da atividade artesanal, quais serão os benefícios que a Copa trará ao país? De acordo com Tânia Machado, em entrevista concedida ao museu A CASA, “na Copa do Mundo, o artesão não vai ganhar dinheiro! Turista de Copa não carrega sacola, turista da Copa não vai sair visitando exposições de artesanato. Fui conversar com amigos da África do Sul para saber o que aconteceu com o artesanato durante a Copa do Mundo de 2010 e eles falaram justamente isso: todo mundo falou para o artesão sul-africano produzir porque o turista iria comprar muito. Eles não venderam e estão lá entupidos de produtos, vendendo para atravessadores a preços baixíssimos para poder desovar”.
Tendo em vista essa perspectiva, fomos atrás do Sebrae, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, para obter informações sobre iniciativas governamentais e demais políticas públicas para incentivar o artesanato brasileiro durante a Copa do Mundo. Conversamos com Denise Forini, da Unidade de Atendimento Coletivo e da Carteira de Projetos de Artesanato. Denise contou sobre o nascimento de projeto “Brasil Original” em 2011, cujo objetivo é desenvolver o mercado da produção artesanal através de oficinas de capacitação e exposições de objetos artesanais em showrooms. Em 2013, durante a Copa das Confederações, os showrooms foram montados em cinco cidades com o objetivo de observar a dinâmica das vendas. No total, as vendas totalizaram cerca de 714 mil reais, com mais de 22 mil itens comercializados.
        
Em 2014 9 cidades sede se beneficiarão com a presença do “Brasil Original” em shoppings de clase A e B, com artesanato de mais de 21 estados brasileiros. Denise afirma: “A exigência para integrar o programa era que participassem artesãos com boa gestão e maturidade de trabalho, justamente para garantir que todos estivessem prontos para a comercialização durante a copa”. Ainda acrescenta: “Os artesãos foram informados a especificar o preço para que as peças tenham o valor justo, mas também para que ninguém tenha prejuízo. O valor das peças vão de 10 reais até valores acima de mil reais”. O diferencial das lojas do Brasil Original é que houve uma licitação para a gestão das vendas e da comercialização, então os artesãos não perderão tempo de trabalho e não precisarão se preocupar com habilidades de comércio e público.
           
As expectativas são otimistas, pois o Sebrae acredita que o piloto de vendas durante a Copa das Confederações trouxe o know how de como potencializar a divulgação e vendas do artesanato brasileiro para turistas nacionais e internacionais. Em breve teremos as respostas para saber se os turistas preferem levar nossas culturas tradicionais para além das fronteiras. Aguardemos.