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A CASA E O MUNDO
Luly Vianna | Saissu Design







MATÉRIA DO MÊS

ESPECIAL 4° PRÊMIO OBJETO BRASILEIRO

Publicado por A CASA em 11 de Novembro de 2014
Por Agda Sardinha

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Conheça os vencedores do 4° Prêmio Objeto Brasileiro
 
O Prêmio Objeto Brasileiro é um acontecimento bienal que mobiliza e estimula recursos criativos, troca de ideias e novos contatos. Esta iniciativa faz parte de um conjunto de ações realizadas por A CASA museu do objeto brasileiro com o objetivo de contribuir para o reconhecimento, valorização e revitalização desse importante patrimônio cultural brasileiro.

Nesta edição foram avaliados 427 objetos, projetos e textos de 23 estados brasileiros. A Comissão de Seleção e Premiação das categorias de objeto e projeto foi composta por Durcelice Mascêne, Maria Cristina Moura e Ricardo Pedroso. O júri de textos foi integrado por Lia Monica Rossi, Marcelo Manzatti e Raquel Noronha.

Os jurados destacaram o ineditismo dos objetos inscritos para a seleção do Prêmio. Consideraram que as peças são fantásticas, pois enaltecem o trabalho feito à mão e representam a riqueza e a criatividade brasileira. Para eles, a diversidade gerou muita análise, debates e dificuldade na escolha dos selecionados.

A Cerimônia de Premiação e abertura da exposição 4º Prêmio Objeto Brasileiro ocorreu no último dia 22 de outubro, no museu A CASA.

Confira abaixo os premiados nas 4 categorias:

CATEGORIA 1 - OBJETO DE PRODUÇÃO AUTORAL

Contempla objetos contemporâneos produzidos de forma artesanal ou semiartesanal e concebidos por profissionais, artesãos ou micro e pequenas empresas.

1º Lugar
Objeto/Projeto: Saissu Design
Premiado: Luly  Vianna      

A Saissu Design foi criada por meio da iniciativa da designer Luciana Vianna. Esse projeto conta com ONGS parceiras – um grupo de recicladores de Jandira, a Ecosimple e a ONG Cabrueira, que realiza trabalhos com banners reciclados –, e busca viabilizar a elaboração de peças a partir de materiais reciclados como borracha, algodão e garrafas pet, produtos que normalmente seriam destinados a aterros ou queimados indiscriminadamente. A produção dos objetos busca contemplar a tríade ambiente, sociedade e consciência. Assim, materiais que seriam descartados transformam-se em acessórios masculinos com resistência, durabilidade e design arrojado. A Saissu Design já possui três coleções: Sorriso, Senna e Brasil.


2º Lugar   
Objeto/Projeto: Banco Sela
Premiado: Ricardo Graham

O banco sela é todo feito à mão. Uma peça criada pelo designer Ricardo Graham que é elaborada para ser utilizada em diversos ambientes, em diferentes climas e que permaneça bem apoiada sobre qualquer superfície. Originalmente criado com o intuito de oferecer um assento que convide ao uso, possui sua altura mais elevada do que se costuma encontrar no mercado. O resultado é uma experiência de sentar-se mais elevado, o que promove menos desgaste físico para a pessoa ao abaixar e levantar, o que ocorre devido à forma do assento e de sua altura, que permite uma melhor percepção dos apoios da bacia, resultando numa projeção da coluna para cima.
      

CATEGORIA 2 - OBJETO DE PRODUÇÃO COLETIVA

Compreende objetos contemporâneos concebidos por grupos de artesãos, comunidades, associações ou cooperativas.

1º Lugar
Objeto/Projeto: Tigela Catarina  
Premiado: Das Catarinas Brazil + Design Inverso

Objeto feito a mão desenvolvido pela Das Catarinas Brazil e parceria com o Design Inverso que possui como tema principal o conceito da sustentabilidade, pois possui o objetivo de mostrar que há possibilidade de criação a partir de produtos descartados e assim reduzir os impactos ambientais. As peças são elaboradas a partir de “rolinhos de tecido”, feitos com material de reaproveitamento.


2º Lugar
Objeto/Projeto: Papelaria Coisas Maravilhosas do Mundo  
Premiado: NOSSA COOPERARTE - Cooperativa Social de Produção dos Jovens Especiais Artesãos de São Paulo

Coisas Maravilhosas do Mundo batiza a coleção 100% artesanal de papelaria desenvolvida a partir de desenhos criados pelos jovens da Nossa Cooperarte. A criação dos produtos abre uma nova maneira de atuar dos cooperados: por terem limitações psicomotoras, muitos não podem lidar com objetos cortantes e perfurantes, instrumentos necessários na produção artesanal. Assim, foram percorridos outros caminhos: a partir de oficinas os jovens começaram a desenvolver desenhos expressivos e únicos que se tornaram a identidade da nova coleção e se transformaram em capas e guardas de cadernos e blocos de anotação. Também foram pesquisados tipos de encadernação adequados à produção da Nossa Cooperarte, o que resultou em cadernos costurados a mão, um a um. A coleção é formada por seis principais produtos, com variações de estampas, cores de papel e costura.


CATEGORIA 3 - AÇÃO SOCIOAMBIENTAL

Visa projetos com foco na responsabilidade socioambiental (geração de renda, reutilização e reciclagem, desenvolvimento sustentável e inclusão social).

1º Lugar
Objeto/Projeto: Centro de Estudos Avançados de Promoção Social e Ambiental      
Premiado: Grupo Tucumarte, Comunidade de Urucureá – TRAMAS & CORES, Artesanato da Amazônia  

O Centro de Estudos Avançados de Promoção Social e Ambiental, mais conhecido como Projeto Saúde e Alegria (PSA), atua desde 1987 com populações tradicionais da Amazônia, incentivando processos participativos de desenvolvimento comunitário integrado que contribuam para promoção da qualidade de vida e do exercício da cidadania.
Desde meados dos anos 90 o PSA vem desenvolvendo uma iniciativa de promoção da produção artesanal de cestaria em palha de tucumã no rio Arapiuns, Santarém, Pará. A Coleção Tramas e Cores, Artesanato da Amazônia foi criada a partir dos trabalhos realizados com um grupo de mais de 30 artesãs da comunidade de Urucureá. Nesse projeto foi iniciado o processo de renovação das técnicas de tingimento com pigmentos naturais, o desenvolvimento de novas linhas de produtos adequadas às demandas do mercado, o manejo sustentável da matéria-prima, bem como a estruturação de uma estratégia de comercialização pautada na organização da produção em grupo para atender encomendas.

2º Lugar
Objeto/Projeto: Associação dos Jovens da Juréia      
Premiado: Coleção Flores, Bichos da Reserva, Folhas e Seixos  

“Criqué” significa Coisas para caiçaras, povos tradicionais que vivem no Brasil ao longo do litoral do sul e sudeste brasileiro. A Associação dos Jovens da Juréia (AJJ), uma organização sem fins lucrativos, foi criada em 1993 por moradores tradicionais oriundos da região da Estação Ecológica Juréia-Itatins, no litoral de São Paulo. A AJJ nasceu com o intuito de defender os direitos de uma comunidade integrada ao meio ambiente onde vivia e de manter e difundir a cultura caiçara, com projetos de geração de renda, turismo de base comunitária e educação ambiental.
O grupo de artesanato Criqué Caiçara, formado em 2011, é uma marca da Associação dos Jovens da Juréia. A Coleção Flores, Bichos da Reserva, Folhas e Seixos é formada por objetos utilitários e decorativos feitos a partir das técnicas de marcenaria e entalhe, esculpidos e pintados manualmente, um a um, em madeira caixeta proveniente do manejo sustentável da Estação Ecológica da Juréia. Os 65 itens que compõem a coleção foram inspirados nas formas e cores da fauna e flora da Mata Atlântica.


Hors Concours
Objeto/Projeto: ROSENBAUM PROJETOS, DECORACAO E PRODUCAO CULTURAL LTDA +  Povo Yawanawá, Fetiche Design e Nada Se Leva
Premiado: A Gente Transforma Yawanawá - A Força da Floresta - Coleção Luminárias
O A Gente Transforma propõe despertar e organizar talentos coletivos e individuais, a partir da crença de que todo indivíduo tem potenciais, perspectivas e memórias próprias. Contribui para validar e valorizar os potenciais e saberes e transformar oportunidades dentro e fora das comunidades. Oportunidade consiste na abertura de mercados, geração de renda através do reconhecimento das tradições, trazendo a permanência da cultura, gerando autoestima e dignidade. Usa o design para olhar para uma cultura, descobrir, despertar e potencializar seus valores essenciais, traduzindo-os em conceitos que, através da ferramenta de beleza e estética universal chamada Design, tornam-se agentes de transformação do mundo.
O projeto A Gente Transforma, em sua terceira edição, criou a linha de Luminárias juntamente com os índios da etnia Yawanawá, da Aldeia Nova Esperança e Amparo, localizadas no estado do Acre (Brasil), no coração da floresta amazônica. O projeto tem como objetivo posicionar o artesanato no mercado brasileiro e internacional de decoração. Esta linha é comercializada na rede de onze lojas La Lampe em todo país. A vivência do projeto aconteceu em janeiro de 2013, no estado do Acre (Brasil), com o apoio do Governo do Estado do Acre e da SETUL-AC (Secretaria de Turismo e Lazer do Estado do Acre). Esses objetos vêm para provocar. Propondo uma nova forma de se relacionar com o fazer, produzir e consumir. É o resultado de uma aproximação que parte do imaterial, o espiritual, o respeito que valoriza saberes. Na mitologia Yawanawá, as araras levavam as mensagens nos seus cantos de saudade e esperança. As luminárias agora assumem o seu papel de mensageiras. Cantam, como as araras, a esperança de um futuro mais humano para as relações, para as alianças e para um desenvolvimento profundo, com a busca da ancestralidade, trazendo a cura de uma memória baseada na exploração e na separação do todo. Esses objetos tem a função de comunicar e abrir o caminho para um movimento sistêmico de fazeres através de contos que foram passados de avô para pai, de pai para filho, como na tradição oral dos povos indígenas, a única possibilidade de permanência da cultura, como um todo.

CATEGORIA 4 – TEXTOS

Categoria introduzida em 2014 para dar visibilidade e reconhecimento a artigos, ensaios, reportagens, dissertações, teses e livros sobre a relação entre artesanato e design.


Texto: A sandália de Lampião
Autor: Antonio Lino

"Como nos ensina o Mestre Espedito Seleiro, nessa falsa encruzilhada entre o passado e o futuro, muitas vezes, voltar-se às próprias raízes também é uma forma de seguir adiante".

Texto: Indicações Geográficas e Salvaguarda do Patrimônio Cultural: artesanato de capim dourado Jalapão-Brasil.
Autor: Carla Arouca Belas

"Se pensarmos os bens culturais como mercadorias diferenciadas das demais em função dos valores que lhes são atribuídos no seu contexto de produção, não faz sentido apenas valorizar o produto em si sem se preocupar em garantir as condições de produção, reprodução e transmissão que possibilitam a perpetuação desse produto".

Texto: Design sustentável ou social? Como os designers que fazem projetos para inclusão social e desenvolvimento sustentável caracterizam seu trabalho.
Autor: Mônica Maranha Paes de Carvalho

"Questionamentos que emergem da discussão sobre sustentabilidade atacam algumas das bases sobre as quais o design está apoiado, como o consumo, o mercado e o próprio sistema capitalista".

Veja aqui todos os objetos que integram a exposição 4º Prêmio Objeto Brasileiro