Entrei no design, na verdade, através da publicidade. No início acabei optando pelo curso de Propaganda e Marketing já que eu queria muito trabalhar na área de criação de produtos. Contudo, o marketing acabou não correspondendo com o que eu esperava e assim fui buscar o curso de Desenho Industrial. Durante essa busca acabei encontrando na Paraíba um curso que já existia há 37 anos e possuía referências positivas. E, aí, me mudei para Campina Grande e comecei a estudar desenho industrial. Por cinco anos eu fiz o curso e, depois, fui dar aula na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
E ao me mudar para Campina Grande consegui um estágio numa empresa de mobiliário. Foi a partir desse momento que eu fui entrando cada vez mais nesse segmento e estudando a respeito disso. Só que a bibliografia da universidade é muito direcionada para o design europeu, para o design americano. Toda a referência que eles apresentam são de outros países. E isso me incomodou, porque até mesmo os italianos, por exemplo, vêm de fora para ver as nossas referências nacionais e depois transformam isso em produto. Já vi muito isso acontecer na área de moda, na área de calçados. Então, por que a gente não utiliza essa referência brasileira que tantas outras pessoas e países já tocaram e nós não? Nesse momento é que eu comecei a me interessar por desenvolver produtos com características brasileiras, ou com características regionais.
Na minha opinião, o Nordeste é fantástico. Quando eu cheguei na Paraíba, me sentia como um turista. Tudo o que eu visitava era muito interessante. Tirei inúmeras fotos, dado que para mim tudo aquilo era novo. Mas para as pessoas que moravam lá todos aqueles elementos eram comuns, então a minha visão se diferenciava da dos demais. Isso eu via pelos meus próprios colegas nordestinos que estudavam na universidade. Eles não conseguiam enxergar a beleza do lugar. E, aí, fui buscar essas referências para aplicá-las nos meus produtos. E assim começou a ideia de fazer algo relacionado à identidade regional.
E, assim, comecei a desenvolver a minha trajetória na área do design participando de muitos prêmios e concursos. Um dos primeiros que eu participei foi o Prêmio Sebrae Minas de Design, que ganhamos o primeiro lugar na categoria Mobiliário. Depois vieram outros prêmios: o do Museu da Casa Brasileira, o iF Design Award 2012 (que ocorreu na Alemanha), o Design Excellence Brasil, o Design Brasil Award. Teve também o Be Open, um prêmio italiano que o estúdio ganhou no ano passado.
A produção dos seus móveis, em inúmeros casos, está associada com a ideia de valorização da cultura e da identidade brasileira. Numa recente publicação no Facebook, inclusive, você mencionou que “a identidade regional é nossa luz” e que “nossa matéria-prima vem do caldeirão cultural para um design com sabor de identidade”. Nesse sentido, quais são as características dessa “identidade regional” que mais contribuem para o desenvolvimento do seu trabalho?
Acredito que meu trabalho acaba sendo muito direcionado na busca de uma aproximação com comunidades. Às vezes, se você fica apenas nas grandes cidades, o seu foco se direciona muito para o que apenas acontece ali dentro daquele local. Mas se você sai um pouco daquele ambiente e vai para o interior conversar com as pessoas, você acaba escutando outras narrativas. Em alguns casos tem um produto artesanal sendo vendido na feira pública de Campina Grande, por exemplo, e você nem acha interessante; mas aí você vai para o interior, conversa com a pessoa que produziu e ela te conta toda a rica história que existe por trás daquele objeto. Na minha opinião, isso é o que cria o encanto no produto.
Assim, eu sempre procuro dizer para as artesãs com quem eu trabalho: “contem a história do produto de vocês, contem como é feito. Isso é o que atrai o público”. Isso é que me atraía quando eu ia buscar uma referência no Nordeste e na cultura. Eu ia visitar as festas tradicionais que acontecem ali no interior da Paraíba, observava algumas peças e ficava com o desejo de saber qual era a história daquele objeto, como ele começou a ser produzido. E, geralmente, eram as pessoas mais velhas que vinham contar. Isso eu achava fantástico. Uma roupa que eles produzem para uma determinada festa religiosa, por exemplo, traz consigo toda uma referência histórica e cultural. Se você for olhar, o desenho daquela roupa é baseado na vegetação local, ou na cana-de-açúcar que eles cortavam. Tem sempre alguma coisa para contar em cada uma das peças que a gente encontra. E a Feira de Campina Grande me inspira fortemente nesse sentido. Muito dos produtos que eu tenho aqui saíram das ideias que eu tive durante as minhas visitas da feira.
Em 2005, o museu A CASA publicou o livro “Que Chita Bacana” e, em seguida, realizou uma exposição no Museu da Casa Brasileira intitulada “A Chita na Moda”. Na confecção desses dois projetos, uma das ideias que nos nortearam foi: "a história deste tecido traz um pouco da trajetória da alma brasileira". Como você avaliaria essa frase? Ao criar a “coleção Chita”, qual foi a sua principal inspiração?
Acredito muito nessa frase que você mencionou. Em inúmeros casos, quando vamos trabalhar com uma peça popular – seja do Nordeste, do Norte, ou até mesmo do Mato Grosso, onde eu nasci – vemos a chita sendo largamente utilizada pelas pessoas nas mais variadas situações. Em festas de santo, por exemplo, a chita é muito usada para decorar a barraca e para a produção de roupas. E se você chegasse nas casas dessas pessoas, iria ver que as mesas estavam forradas com a chita e que as almofadas eram feitas com a chita também.
Chita é um tecido muito presente na vida das pessoas do interior. Eu nasci no interior do Mato Grosso e me lembro bastante que em casa tínhamos a chita, às vezes como cortina, às vezes como almofada, ou para cobrir a mesa. A chita é uma referência para inúmeras pessoas, principalmente no Nordeste. Quando vamos comprar tecido, é possível observar que uma das peças mais vendidas é a chita, ou o chitão. E os padrões dela são muito bonitos também. O padrão das cores é riquíssimo. Não existe só um tipo de chita. Existem vários.
E, como você mencionou, usei a chita como referência no desenvolvimento de uma coleção. Todo esse processo começou através de uma consultoria que eu fiz para o Sebrae da Paraíba com artesãs que trabalhavam com linha de crochê. Nós pegamos o desenho e as cores que estavam estampados na chita e transformamos isso em algo volumétrico com uma estrutura de arame. E depois revestimos tudo com linha de crochê.
Após esse processo nós começamos a criar várias peças, como bolsas e luminárias. E uma das cadeiras produzidas na coleção vai para o Brazil S/A, que ocorrerá em Milão.
Ao longo das entrevistas, percebemos que o conceito de design é entendido de maneira muito variável pelos profissionais da área. Na sua visão, o que é design?
Realmente, cada um pensa uma coisa em relação ao design e eu respeito as mais variadas opiniões. Quem está trabalhando na indústria pensa que o design é essencialmente voltado para produção em massa, por exemplo. Escutamos muito isso na universidade. E essa era uma linha que eu lutava bastante. Não acredito que a universidade somente deva propagar essa noção do que é o design. Afinal, o design tem muito mais possibilidades do que somente a produção industrial. O design, a meu ver, representa o desenho, em sua forma mais ampla e geral.
Contudo, vejo muitas universidades apresentando apenas o conceito de design que se relaciona com a produção industrial. E, às vezes, as pessoas que transmitem essas ideias nunca entraram nem no mercado para produzir uma peça. Eles se formaram e acabaram indo direto dar aula.
E, além disso, alguns dos designers brasileiros que já são bem consagrados mundo afora costumam classificar os produtos, dizendo “isso é design; isso não é design”. Essa questão do que é ou não design não me interessa muito. Preocupo-me minimamente em fazer um produto que possua alguma utilidade ou até mesmo algo que seja apenas decorativo. Quem vai avaliar se é bom, se é design ou se é útil é o consumidor. Eu pelo menos penso dessa forma. A minha relação com o design é tudo o que envolve um projeto, seja um produto funcional, seja algo decorativo. E, trabalhando com essa perspectiva, você abre um leque para uma infinidade de opções.
Você é um dos grandes incentivadores do encontro entre design e artesanato no país. Portanto, quais os benefícios do encontro entre design e artesanato para a produção material do Brasil?
Na minha opinião, o trabalho artesanal enriquece muito o produto final. Porém, muitos lojistas não querem nem comentar que a peça que eles vendem é artesanal, já que eles acreditam que o que é o artesanato não é algo que possui um alto valor agregado. Nesse sentido, há ainda um preconceito muito grande em relação ao produto feito à mão.
Entretanto, essas questões dependem muito do ponto de vista. Várias pessoas vão para as feiras da Itália, por exemplo, e valorizam peças artesanais que são expostas lá. Na Itália é bonito. As pessoas vão para a feira e acham tudo muito lindo e maravilhoso. Mas quando voltam para cá, o discurso muda. As peças que lá são valorizadas, aqui, em inúmeros casos, acabam sendo desvalorizadas – sendo que na Itália as indústrias estão colocando cada vez mais peças de artesanato para compor seus produtos finais. Eu já vi empresas como a Amoroso, por exemplo, fabricar uma almofada aqui no interior de São Paulo para se juntar a uma cadeira totalmente industrial produzida lá.
Portanto, ao contrário dessa visão negativa, propagada inúmeras vezes, eu acredito que a produção artesanal valoriza a peça final dado que por trás do artesanato existe uma história riquíssima. É rica porque tem uma pessoa que foi lá coletar os materiais, na sua grande maioria naturais, para confeccionar o produto; é rica porque às vezes, para a produção de uma única peça, são necessárias vinte mulheres de uma mesma comunidade envolvidas no trabalho. E eu tento escutar a história de cada uma dessas mulheres que produzem essas peças para descobrir o mundo existente em torno de um produto. E, na grande maioria das vezes, a peça artesanal carrega consigo a identidade do local, como um desenho que é baseado numa folha típica da região, ou a tradição que é passada ao longo das gerações.
Assim, na minha visão, o artesanal dá alma para o produto. É diferente da peça industrial, que é algo mais “frio”. É lógico que existe todo um projeto envolvido por trás do objeto industrial, com foco no consumidor, normalmente. Mas ele não chega a ter toda a emoção que envolve um produto artesanal. Um produto feito à mão sempre vai ter uma imperfeiçãozinha aqui, ou vai sair um pouco diferente dos demais – afinal, o acabamento da peça varia de um artesão para o outro. Mas isso é que é interessante, porque você acaba levando uma peça quase que exclusiva para a sua casa. Ela só não chega a ser 100% exclusiva porque por dentro o desenho usado por artesãos de uma mesma comunidade é semelhante, mas, se você for olhar no detalhezinho, vai conseguir reparar as diferenças. E isso não ocorre na produção industrial de massa. Quem é que não quer hoje uma peça exclusiva em casa?
Atualmente você está desenvolvendo o Projeto Brasil Original em parceria com o Sebrae Amazonas e com comunidades indígenas dos municípios de Barcelos e São Gabriel da Cachoeira, por exemplo. Na sua opinião, como projetos dessa natureza devem ser conduzidos para que se estabeleça uma relação positiva entre designers e artesãos?
Eu sempre procuro ir com muito cuidado nessas comunidades, principalmente nas que já possuem uma identidade própria. No caso do Brasil Original, em que estamos trabalhando com comunidades indígenas, o nosso objetivo principal é fazer com que toda a história e todas as referências já existentes não se percam.
As técnicas da comunidade, por exemplo, são mantidas. E as referências para o desenho de cada peça são obtidas por meio de uma visita na comunidade, com o intuito de conversar e escutar histórias para ver o que se tem em volta, quais são os materiais disponíveis, e também para fotografar como é a casa, como é o dia a dia e o que é que faz parte da cultura dessas pessoas. E tudo isso vai servir de referência para desenvolver os desenhos dos produtos.
Em São Gabriel da Cachoeira, por exemplo, na primeira visita que eu fiz, as artesãs me contaram a história de uma folha gigante que elas utilizavam para se cobrir da chuva e que também usavam para fazer o teto da casa e para preparar a farinha. É a folha do inhambé, que é muito bonita e é típica daquela região. Então, eu usei o desenho dessa folha para desenvolver os produtos com aquela comunidade. Eu poderia ter usado a chita do Nordeste, por exemplo, mas aí a peça não ia ter nada a ver com elas. Não teria feitiço.
E a técnica da tecelagem que elas já utilizavam na produção de colares e de algumas peças menores foi mantida. Então, o que nós fizemos foi aliar a técnica já existente com um novo desenho, sendo que esse desenho é algo que já pertencia ao dia a dia e a cultura delas. Minha preocupação é exatamente essa: não fugir do entorno geográfico, histórico e cultural da comunidade.
"Tramas de memórias e tradições para um Brasil Original". Esse é o principal slogan do Projeto Brasil Original. O que podemos esperar desse projeto? Qual o significado e sentido que os produtos desenvolvidos desejam transmitir para o público e para as comunidades envolvidas?
Esse projeto é bem interessante porque além do desenvolvimento de novos produtos nós também estamos reunindo uma coletânea de histórias das artesãs envolvidas. Nós já gravamos relatos nos quais elas falam sobre como são suas vidas, porque elas deixaram a aldeia e foram morar na cidade, como o artesanato entrou na vida delas e como essa produção beneficia a família. E as artesãs falam também do conceito e de como foi para elas sair da produção de peças menores e iniciar a confecção das peças grandes que estão sendo desenvolvidas no projeto.
E a cada relato de trajetória, percebemos que cada artesão que eu converso é um mundo. Cada um possui uma história diferente da outra. E cada produto deles vem carregado dessas histórias. Assim, é exatamente isso o que queremos apresentar no lançamento das peças. Quem comprar um produto da coleção não levará somente uma peça, mas levará consigo a história e toda essa carga emotiva do artesão que é repassada para o objeto. Além disso, também tivemos a preocupação de trazer elementos da natureza aos produtos, como realizar o tingimento natural das fibras.
Esse é um dos projetos que eu mais gostei até o momento, justamente pela história que está envolvida em todas as ações. E nós viajamos às vezes quatro dias para chegar numa comunidade dessas e somos recepcionados por todos com músicas de boas vindas. É uma sensação incrível. Estou aprendendo muito. Eles são muito espiritualizados. Eles falam coisas que muitas vezes nós nunca tocamos na vida. Aprendi que eles possuem valores muito mais simples e muito mais honestos, e isso tem me tocado bastante. Então, de uma certa forma, eu estou trazendo uma novidade para eles por meio dos produtos, mas eles estão contribuindo comigo, pessoalmente, muito mais.
Como consultor de projetos que trabalham com a interação entre design e artesanato, você poderia citar exemplos de impactos a curto e longo prazo verificados com a realização desses projetos?
O exemplo de um projeto bem interessante, que foi um dos primeiros que eu fiz, aconteceu no Museu do Homem do Nordeste, em Recife. O trabalho desenvolvido envolveu alguns homens que moravam na periferia, em um bairro chamado Casa Amarela. Alguns pertenciam a Olinda também. São regiões repletas de casarões antigos. E todo o conceito do projeto foi desenvolvido com eles. Eu não levei a ideia para o estúdio e a desenvolvi de forma unilateral. Ao contrário: o desenvolvimento foi feito de forma conjunta porque o objetivo principal era fazer com que esses artesãos pudessem criar as suas próprias peças depois que o consultor saísse. Não queríamos que a comunidade ficasse abandonada após a saída do consultor; nem queríamos que os artesãos passassem anos fabricando apenas o mesmo produto. Nesse sentido, o projeto foi bem sucedido porque as pessoas ainda estão produzindo as peças e já criaram novos objetos.
Recentemente, inclusive, eu fui à Olinda e vi que um casal, que se conheceu durante as oficinas, hoje em dia abandonou a produção de objetos hippies (que eles vendiam na praia), para viver só com o trabalho proveniente do artesanato. E eles falam também dessa satisfação que é às vezes ver uma peça deles numa revista. Inclusive eles já foram procurados pelos jornais do Estado para contar as suas histórias. Isso tem sido muito gratificante para eles. Fora o fator da renda: antes, jovens de até vinte anos não tinham como já ingressar no mercado de trabalho. E hoje eles criaram o seu próprio nicho de mercado. Eles estão vendendo em lojas interessantes, em lugares onde apenas objetos previamente selecionados podem ser comercializados.
E esse é um projeto que já tem três anos, mas que apresenta continuidade e os retornos para os artesãos envolvidos são constantes. Esse eu acho que é o grande exemplo dessas consultorias.
Teve outro projeto no litoral da Paraíba também, em Acaú. Eram vinte e três mulheres que hoje estão divididas em dois grupos e que continuam produzindo as peças. E o interessante é que se antes elas vendiam peças pequenas, tipo lembrancinha, a um preço de dois e três reais, hoje em dia o preço das peças de renda que elas produzem saltou para cento e oitenta e duzentos e dez reais. Isso foi um avanço significativo na comunidade, inclusive para incentivar o trabalho de outras mulheres.
E no projeto que está em andamento, em São Gabriel, temos depoimentos de pessoas emocionadas falando que antes as peças delas nunca custaram mais do que cinquenta ou sessenta reais. Hoje, após o estudo de custo realizado pelo Sebrae, chegamos a conclusão de que as peças vão custar entre duzentos e duzentos e cinquenta reais. Ao saberem disso, elas se emocionaram porque toda a comunidade, agora, tem a capacidade de ver e valorizar o trabalho que elas desenvolvem. E muitas delas falam também da questão emotiva, da questão da autoestima. Ao poder dizer “eu fiz esse artesanato e ele custa isso, e ele é vendido assim, para esse tipo de loja”, a própria percepção que a artesã tem sobre o seu trabalho se modifica. Até em casa, com o marido, elas se sentem mais confiantes.
Em dezembro de 2014, durante uma aula junto à turma de Pós-graduação em Design e Arquitetura de Espaços Efêmeros (DAEE), do Instituto de Educação Superior da Paraíba (Iesp), você levou estudantes a uma feira livre de Campina Grande com o objetivo de incentivar uma troca mútua de saberes. Como você avalia a importância das instituições educacionais para o desenvolvimento do artesanato e da identidade cultural brasileira?
Na minha opinião, um papel interessante que as universidades podem desempenhar no campo do artesanato é incentivar os alunos a procurarem referências nesses produtos feitos à mão. Os professores devem fazer com que seus alunos tenham interesse em conhecer o artesanato. Afinal, a indústria só começou por causa do artesanal, não é? Antes tudo era feito artesanalmente. A era artesanal serviu de base para a indústria.
Quando levei esses alunos para a feira, a maioria ali atuava na área de design de interiores e tinham uma resistência muito grande para sair do computador. Eles diziam: “Eu desenho melhor no computador. Hoje, com tanta tecnologia, por que é que a gente tem que ir para uma feira para olhar produtos se a gente pode desenhar isso no computador, produzir e depois mandar para a plotagem?”.
Contudo, depois que eles foram na feira e criaram alguns produtos, percebi que essa visão inicial deles foi alterada. Pelo depoimento que eles deram, pude notar que as ideias sobre o artesanal, sobre o design e sobre as feiras foram modificadas. Existem pessoas que vivem a vida inteira em Campina Grande, por exemplo, e nunca visitaram a feira. Como para mim aquele local é uma fonte interessantíssima de referências, dado a grandiosidade da feira, julgo ser importante que estudantes que trabalham com design, pelo menos em algum momento, visitem o espaço e vejam a riqueza dos produtos que são apresentados ali.