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MATÉRIA DO MÊS

A CASA E O MUNDO: INTERNACIONALIZANDO SABERES E FAZERES

Publicado por A CASA em 8 de Outubro de 2015
Por Angelo Miguel

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A manifestação artística, seja ela por meio da dança, da música, da poesia, da pintura ou da escultura, carrega inevitavelmente consigo uma série de características, valores e expressões que fazem referência ao seu local de origem. No artesanato, de forma análoga, esta relação também se apresenta de forma intensa. 
Em todo o mundo, o objeto artesanal resguarda uma íntima relação com o ambiente onde ele surge e onde a sua produção efetivamente ocorre. Entretanto, a apreciação deste produto não está restrita àquele local. O encurtamento das distâncias geográficas promovido pelo crescente aumento no fluxo de produtos, pessoas, conhecimentos e saberes possibilitou que o artesanato chegasse a diversos locais do planeta.
Compreendendo esse “ir mais longe” como um fator de extrema importância para suas atividades, A CASA museu do objeto brasileiro, desde a sua fundação, sempre buscou meios de compreender a dinâmica da produção artesanal em outras regiões do globo terrestre. Por meio de workshops, publicações, seminários, exposições e outros projetos, A CASA buscou contribuir positivamente neste debate, que tem o intercâmbio cultural como um dos seus principais objetivos.
Alguns dos principais projetos já realizados pelo museu A CASA envolvem países como Dinamarca, Argentina, Chile, Colômbia, França, Moçambique, entre outros. Além disso, o boletim eletrônico da instituição constantemente convida especialistas, pesquisadores e autoridades estrangeiras para apresentarem suas concepções e conceitos sobre a relação entre o design e o artesanato.  
Uma das iniciativas que mais atraiu olhares foi o projeto A Chita na Moda, sob curadoria do estilista Dudu Bertholini, que recontou a história deste tecido surgido na Índia, mas que ganhou novos contornos em solo brasileiro. Passado, presente, trabalho, castigo, festa, criação, arte, infância e malícia se combinam nas cores e misturas descontroladas das estampas, que vestiram escravos, camponeses, tropicalistas, personagens de literatura, teatro, novela e cinema. Onze estilistas brasileiros deram suas diferentes interpretações ao tecido. O resultado disso chegou em 2005 às tradicionais Galerias Lafayette, em Paris, na França. 
Já em 2009, a Exposição Brasil na África Artesanato Moçambicano + Design Brasileiro, com curadoria do designer Renato Imbroisi, trouxe a São Paulo peças feitas à mão em Moçambique, por artesãos daquele país, criadas e desenvolvidas a partir de oficinas de artesanato orientadas por designers brasileiros.  As equipes do Brasil foram contratadas por instituições que apoiam os artesãos moçambicanos, com o objetivo de resgatar técnicas e tradições locais, além de delinear a identidade cultural moçambicana e local.
Mais tarde, em 2013, os argentinos Alejandro Sarmiento e Lujan Cambarieri foram responsáveis pela Exposição Satorilab: A Infância em Jogo, cujo objetivo era trazer brinquedos produzidos a partir de materiais reciclados. O projeto Satorilab desenvolve laboratórios de design experimental com materiais recicláveis. Seus pilares são o pensamento e a experimentação. Para isso, sempre se valem de um tema diferente. O projeto propõe dar início a um processo de conscientização sobre o consumo desenfreado, o meio ambiente, problemas sociais e questões para as quais o design pode oferecer respostas.
No ano seguinte, A CASA serviu de palco para reflexões sobre o design como uma ferramenta de mudança social. Para tanto, a jornalista Adélia Borges mediou a palestra do grupo dinarmarquês FairTrade Designers. Fundado em 2007, suas três criadoras trabalham separadamente com a temática do design. A palestra foi sobre o trabalho da instituição na abordagem do design thinking e do artesanato em projetos interculturais e interdisciplinares em todo o mundo. “O FairTrade Designers faz perguntas para gerar ideias poderosas, desenvolver cenários e convertê-los num objetivo estratégico ou num objeto físico, baseado numa crença fundamental de que tudo pode ser feito e realizado de forma sustentável”, afirma Adélia.
Em 2015, no âmbito da abertura da exposição Cerâmicas do Brasil, A CASA reafirmou novamente seu compromisso em promover o intercâmbio e a troca cultural entre sociedades geograficamente distantes ao realizar um debate sobre a produção de cerâmica no cenário contemporâneo. O evento contou com a participação da curadora da mostra, Adélia Borges, da ceramista indígena Katiane Suruí e do designer dinamarquês Ole Jensen, que veio especialmente para a palestra, por meio da Danish Agency for Culture do governo da Dinamarca.   
Desse modo, seguindo a sua missão de promover a valorização e o fortalecimento do artesanato, A CASA, em agosto de 2015, tornou-se o representante brasileiro e do Mercosul na Rede Internacional de Consultoria para o Desenvolvimento do Artesanato (RIDA). A rede conta com participantes dos cinco continentes que desenvolvem ações relevantes para a comercialização do produto artesanal, a coleta de dados e a inserção destes produtos no mercado, visando a produção sustentável e, principalmente, a valorização das técnicas e conhecimentos dos artesãos. 
Além disso, dando continuidade ao ideal de constantemente ampliar as suas fronteiras, o museu A CASA, a partir deste mês, anuncia aos usuários do museu virtual a criação de duas novas ferramentas: o desenvolvimento da iniciativa A CASA e o mundo e a disponibilização parcial do conteúdo do website da instituição em inglês.
O projeto A CASA e o mundo tem como objetivo central apresentar para o público brasileiro elementos e características da produção artesanal desenvolvida em outros países do globo, através da disponibilização gradual e contínua de textos, vídeos e imagens de projetos, museus, ações e iniciativas internacionais que procuram valorizar o saber fazer e a tradição do trabalho efetuado por artesãos e comunidades.
Segundo Renata Mellão, diretora do museu A CASA, “para nós, sempre foi muito relevante o que acontece em outras instituições e a criação do A CASA e o mundo surgiu justamente para nos conectar com outros projetos e instituições. Para tanto, também é necessário que o nosso museu virtual também esteja cada vez mais acessível. Por isso, para nos comunicar, estamos empenhados em traduzir o site para o inglês a fim de garantir que mais pessoas possam acessá-lo”.