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Mostra Design Solidário Brasil-Holanda

Publicado por A CASA em 28 de Dezembro de 2001


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Mostra Design Solidário Brasil-Holanda
Serrita, Eindhoven e Monte Azul
 

Em fevereiro de 2002, a Academia de Design de Eindhoven recebeu a mostra Design Solidário
Brasil - Holanda, um projeto que reuniu artesãos brasileiros, de Pernambuco e São Paulo, e estudantes holandeses.

O diálogo entre designers e artesãos ocorreu por meio de protótipos elaborados pela escola holandesa a partir de uma visita inicial, em maio de 2000, às comunidades brasileiras da Frente Cultural Serrita, posteriormente substituída pela Fundação Padre João Câncio-Associação dos Artesãos do Sertão Central, ambas de Pernambuco, e da Associação Comunitária Monte Azul, de São Paulo.

A idéia de reunir artesanato e design é uma proposta que vem ganhando terreno no Brasil:
veja as reportagens sobre as mostras Pernambuco - Arte Popular e Artesanato e sobre o projeto Design Tropical da Amazônia. No projeto Design Solidário, a criação baseou-se nas técnicas e temáticas tradicionais de cada comunidade: os artefatos e vestuário de couro dos vaqueiros em Pernambuco e a produção de móveis em madeira, bonecas de pano e papel reciclado em São Paulo.

O arquiteto holandês Paul Meurs, um dos idealizadores do projeto, informa que, embora houvesse nítida divisão de tarefas, “nos objetos que foram produzidos não se pode mais dizer o que é holandês e o que é brasileiro”. Segundo ele, todas as idéias nasceram na Holanda, mas foram completamente alteradas no Brasil pelo trabalho em cooperação. Meurs observa, porém, que os objetos de Serrita, no sertão pernambucano, relacionam-se mais profundamente à tradição do artesanato local. O contexto cultural do vaqueiro foi mantido por intermédio do tema do vestuário em couro, criando-se bolsas, sandálias, chinelos e acessórios que, embora inéditos na região, reproduzem a ornamentação e o bordado vazado (com recortes) característicos da cultura local.

Já no que se produziu na associação da Favela Monte Azul, zona sul de São Paulo, a ausência de tradição fez com que houvesse contribuição mais evidente do design holandês. Nas oficinas com os artesãos, foram trabalhadas basicamente as técnicas da madeira moldada e trançada em lâminas extremamente finas, introduzindo no universo dos artesãos a possibilidade de móveis e utensílios de madeira com pequenas espessuras e desenho curvilíneo. O banco desenhado pelo estudante Jeroen Koolhaas e produzido na marcenaria da Monte Azul, é um dos belos exemplos dos objetos desenvolvidos em São Paulo.

Segundo a documentação da mostra, o programa Design Solidário referencia-se na tendência atual do design internacional de procurar raízes na produção artesanal no mundo todo. A exposição esteve em cartaz no Brasil, entre dezembro e início de fevereiro, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM Higienópolis) e posteriormente no Espaço Cultural Bandepe, em Recife. Foi organizada por três entidades:

A Casa
- Museu Virtual de Artes e Artefatos;
The Urban Fabric
(de Paul Meurs) e
Academia de Design de Eindhoven
.

Texto resumido a partir de reportagem
de Evelise Grunow
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 264 Fevereiro de 2002

 
O banco em madeira moldada, explora a curvatura do material com um desenho contínuo. Concepção de Jeroen Koolhaas e produção da Monte Azul Foto: Lara Urien
 
Luminária Zeppelin: tiras de madeira vergada foram coladas em trama que confere maleabilidade e resistência mecânica à peça.
Concepção de Niels Huneker e Marije van der Park. A produção é da Monte Azul Foto: Zaída Siqueira
 
Talheres para salada: concepção de Anke van Rossem e produção da Monte Azul Foto: Lara Urien
 
 
Chinelos, de pêlo longo e de corda: bons exemplos de que a precisão na execução das peças e suas técnicas, fazem dos artesãos co-autores. Concepção de DAE e produção em Serrita
Foto: Zaída Siqueira e Lara Urien
 
Garrafas revestidas em couro. Concepção de
DAE e produção em Serrita Foto: Lara Urien
 
Bandejas e suportes, em xadrez, para pratos. Concepção de Henk van Dijke e Wouter Biegelaar. Produçãoda Monte Azul
Foto: Lara Urien
 
Bonecas de pano e tricô. Concepção da AE e produção da
Monte Azul Foto: Lara Urien e Zaída Siqueira
 
As bolsas em couro, com concepção da Academia
de Design de Eindhoven, são novidade no vestuário
tradicional de Serrita, mas seus ornamentos, materiais
e técnicas têm forte vínculo com a cultura local
Foto Lara Urien
 
Suporte para prato: mesma técnica da luminária Zeppelin. Concepção de Anke van Rossem e produção da Monte Azul
Foto: Lara Urien
 
Jarro e caneca em lâmina: concepção de Niels Huneker e
Marije van der Park. Produção: Monte Azul Foto: Lara Urien
 
Luminária de mesa em tiras vergadas de madeira. Concepção do Studio Doggystyling e produção da Monte Azul
Foto: Zaída Siqueira
 
Tijelas em papel machê e tiras de papel. Concepção de Frank Willems e produção da Monte Azul Fotos: Lara Urien
 
A luva em couro é um dos artefatos tradicionais de Serrita.
A concepção dos protótipos, pelos holandeses, foi orientada
pela técnica local do bordado vazado e pela ornamentação característica do vestuário do vaqueiro.
Foto
Sílvia M. Espírito Santo
http://www.arcoweb.com.br/design/design38.asp

Fonte: Arcoweb