A CASA - Newsletter #02 - Julho de 2008

Newsletter N° 02
Julho de 2008

Editorial

A CASA agradece as inscrições para o 1° Prêmio Objeto Brasileiro e deseja boa sorte a todos! Dentre designers, artesãos, associações e instituições, o prêmio teve mais de 480 inscritos e mais de 1000 projetos/objetos de 20 estados do país. Em breve, será divulgada a lista dos selecionados para a próxima etapa. Nesta segunda Newsletter, prestamos também a nossa homenagem a Dona Ruth Cardoso, a um mês de seu falecimento. Boa leitura!

Acontece no
museu A CASA


Cunha Gago, 807


Encontros design + artesanato


Não perca essa retrospectiva de objetos emblemáticos da produção artesanal contemporânea nas duas últimas décadas. De segunda a sexta, das 10h às 19h. Até 29/08. Saiba mais




Confira Finalistas

A partir do dia 31 de julho a lista dos finalistas de cada categoria estará disponível em nosso site.


www.acasa.org.br


Exposição virtual

Encontros design + artesanato

 


Confira em nosso site a versão virtual da exposição que está aberta na sede do museu A CASA.


Textos de Lina Bo Bardi


A nossa biblioteca virtual disponibiliza agora seis textos de Lina Bo Bardi. Um dos textos é “Porque o Nordeste?”, indicado em Boa Leitura.

 

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Apoio

Entrevista - Marcelo Manzatti


"A rede é a via mais revolucionária e contemporânea de articular pessoas"

 

Marcelo Manzatti é antropólogo, consultor de projetos sobre cultura popular, coordena a Rede das Culturas Populares e o Boletim Famaliá

Qual a sua definição de cultura popular?
Para a Comunicação, ‘cultura popular’ seria o produto gerado pelos meios de comunicação de massa, como as novelas e o jornal. Quando falamos em Antropologia no que é cultura popular, pensamos na questão sociológica, estamos falando da produção de cultura que se dá nas classes populares. Essas duas idéias se relacionam, é inevitável, porque as classes se relacionam. O problema é que quando as classes populares se relacionam com as classes médias ou altas, elas se relacionam numa condição de inferioridade. Ou ela é expropriada, ou suas produções são refinadas pela cultura erudita. O Carnaval acho que é talvez o maior exemplo que se pode dar disso.

 

Existe uma alternativa para sair disso? As políticas públicas seriam uma via?
Em termos de políticas públicas, tem que se fazer uma política cultural e uma política social associada. Não adianta só eu achar que vou dar uma viola nova para um cara da roça que a catira vai se desenvolver. Não adianta se o cara está com a saúde fraca, com o salário atrasado, se a mulher dele está alcoólatra, o filho cooptado pelo tráfico de drogas. No nível macro, as políticas atuais têm tido sucesso. Como exemplo, há a implantação da política do patrimônio imaterial, a idéia de que uma música, por exemplo, também é um patrimônio, e a partir daí o Estado assumir a responsabilidade de proteger e fomentar aquela manifestação cultural através dos planos de salvaguarda.

 

Quais as idéias da rede e o seu potencial como forma de organização?
Por definição a rede é isso: uma estrutura de relacionamento informal, horizontal. Simplesmente você cria elos de conexão entre as pessoas. Porque isso muitas vezes é só o que precisa, que as pessoas consigam falar. Como elas não podem falar pelos meios de comunicação, elas vão falar por outras vias. E a via da rede é a via mais revolucionária e mais contemporânea para você poder articular pessoas. Por exemplo, a nossa Rede [de Culturas Populares] tem 2800 pessoas permanentemente interconectadas.


Leia entrevista na íntegra

 

 

 


Matéria do MÊS


Ruth Cardoso: A Reinvenção do Solidário


"Discreta, costumava dizer que a condição de mulher do presidente da República lhe havia dado a oportunidade de, no vazio deixado pela recém-extinta Legião Brasileira de Assistência (LBA) – órgão tradicionalmente presidido por primeiras-damas do Brasil, buscar algo diferente.”, afirma Helena Sampaio, coordenadora executiva do ArteSol, sobre D. Ruth Cardoso, falecida no último dia 24 de junho. Antropóloga, esposa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1995 fundou a Comunidade Solidária, que abrangia os projetos de Alfabetização, Capacitação, Universidade e Artesanato Solidário.

Formada por um conselho misto, do poder público e civis, a organização visava ao fortalecimento da sociedade civil para a realização de projetos sociais sólidos e contínuos, que não dependessem de manobras e trocas políticas. Outra inovação foram as parcerias firmadas com empresas privadas. Entre 1995 e 2002, a Comunidade Solidária alfabetizou 3 milhões de jovens e capacitou outros 114 mil para o mercado de trabalho. Hoje os projetos funcionam através de Oscips que configuram a RedeSol.


Com o objetivo de usar o artesanato como instrumento de combate à pobreza em regiões castigadas pela seca, como o Norte e Nordeste de Minas Gerais, em 1998 foi fundado o Artesanato Solidário/ArteSol, primeira organização de artesanato do país com selo de comércio justo. Hoje o projeto atende a mais de 100 núcleos em todo o país, produzindo objetos carregados de identidade nacional. No jazigo de D. Ruth foi colocada a Boneca Esperança, objeto de um dos primeiros núcleos do programa, simbolizando as ações sociais comandadas pela intelectual.


Claudia Cavalcanti, gerente de comunicação do ArteSol, conclui: “Faleceu a mentora e idealizadora dos projetos, mas o exemplo de força das suas idéias fazem com que eles sobrevivam. Basta dizer que temos hoje vários parceiros públicos de governos de diferentes partidos, que nos procuram pela credibilidade que temos, devido à importância que o projeto ganhou”.

 

 


A CASA indica

Museu do Pão

 

 

Situado na cidade de Ilópolis (RS) região do Vale do Taquari, a 176 km de Porto Alegre, e construído em um antigo moinho colonial, com projeto arquitetônico de Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci, o museu conta os 6 mil anos da presença do pão na história da humanidade. As visitas são feitas por agendamento, via e-mail. Mais informações no site www.caminhodosmoinhos.com.br. Por ocasião da abertura do Museu, foi lançado o livro “Museu do Pão – Caminho dos Moinhos”, organizado por João Grinspum Ferraz, com fotos de Nelson Kon, e o DVD “O milagre do pão”, documentário de Isa Grinspum Ferraz. O livro está à venda na Livraria Cultura, e o DVD pode ser adquirido por encomenda na Brasil Arquitetura, via

e-mail ou pelo telefone 11 3815 9511.

 

 

Reinauguração do MIS

 

 

Após um período de reforma, o Museu da Imagem e do Som (MIS), reabre dia 9 de agosto com novo projeto arquitetônico de Álvaro Razuk. O espaço do museu agora terá exposições integradas e o LabMIS, o primeiro laboratório público de novas mídias do Brasil. Av. Europa, 158, São Paulo.

 

 

14ª Paralela Gift




Feira de produtos contemporâneos com design, ambientes e criadores. De 13 a 17/08. São Paulo Arena Convention Center. Av. Faria Lima, 201, São Paulo. Entrada: R. Coropés, 88 (ao lado do Instituto Tomie Othake). Mais informações no site www.paralelagift.com.br.


Restaurante Tordesilhas




Premiado por revistas especializadas, o restaurante serve o melhor da cozinha regional brasileira, em um ambiente informal com o típico jeitinho brasileiro de ser e comer. R. Bela Cintra, 465, São Paulo. Informações e reservas pelo telefone 11 3107 7444.

 

 

 

Boa leitura

“Nem todas as culturas são “ricas”, nem todas são herdeiras diretas de grandes sedimentações. Cavocar profundamente numa civilização, a mais simples, a mais pobre, chegar até suas raízes populares é compreender a história de um País. E um País em cuja base está a cultura do Povo é um País de enormes possibilidades.”

 

Texto "Porque Nordeste?", de Lina Bo Bardi, do livro "Tempos de Grossura: o Design no Impasse".


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