A CASA - Newsletter #04 - Setembro de 2008
Newsletter N° 04
Setembro de 2008
Editorial

Neste mês, a nossa newsletter apresenta uma edição especial sobre o 1° Prêmio Objeto Brasileiro, que divulgou seus vencedores no último dia 25. Esse dia também marcou a cerimônia de entrega dos prêmios e a inauguração da exposição 1° Prêmio Objeto Brasileiro, com todos os objetos que foram finalistas. O evento contou com a presença de cerca de 300 pessoas, entre premiados, finalistas, júri e convidados, e foi marcado pela emoção dos participantes, chegando a arrancar lágrimas de alguns dos vencedores.


Acontece no
museu A CASA


Cunha Gago, 807


 

Exposição 1° Prêmio Objeto Brasileiro



Confira os 61 finalistas e os grandes ganhadores do Prêmio. De segunda a sexta, das 10h às 19h.

 


www.acasa.org.br


Coleção 1° Prêmio Objeto Brasileiro

 

 

Para quem não puder conferir a exposição física, todos os objetos finalistas e premiados podem ser vistos também na coleção virtual em nosso site.

 

 

Coleção Kimi Nii

 

 

Na intenção de fazer um design atemporal, em suas esculturas e objetos utilitários a ceramista trabalha com linhas orgânicas e jogos de encaixe, sendo capaz de transformar um conjunto de vasos em uma bromélia. Confira a coleção em nosso museu virtual, com peças da artista e uma entrevista em vídeo feita em seu ateliê. Veja aqui.

 


Entrevista com Gerson de Oliveira

 


Veja os vídeos com a entrevista na íntegra e o compacto feito para a Coleção ,OVO. O designer fala das peças que estão na exposição virtual, como Huevos Revueltos, Cadeira Cadê, Mesa Camelo e Sofá Campo. Ele aborda ainda seu processo de criação, a relação com as artes plásticas, e a sustentabilidade.

 


Apoio

 

 

ESPECIAL 1° PRÊMIO OBJETO BRASILEIRO

 

 

1° Prêmio Objeto Brasileiro destaca o melhor

da produção artesanal contemporânea do país

 

 

“O Prêmio Objeto Brasileiro, nesta primeira edição, demonstrou pelo número de inscritos que esta iniciativa do museu A CASA já nasceu vitoriosa e que este segmento estava carente de um evento desta magnitude”, conta Auresnede Pires Stephan (Prof. Eddy), coordenador do júri do Prêmio. Lançado em comemoração aos 10 anos de A CASA, o Prêmio Objeto Brasileiro foi idealizado por Renata Mellão, presidente da instituição.

 

Com consultoria de Christian Ullman e Tânia de Paula para a sua concepção, e contando com o apoio técnico de toda a equipe de A CASA, foram dois anos de trabalho, desde a idealização até a concretização. Com o apoio de divulgação de diversas universidades de todo o país, o Prêmio recebeu mais de 1000 inscritos. Destes, 62 foram selecionados para a fase final de avaliação, e 8 foram premiados.

 

Na categoria Objeto de Produção Autoral, o 1° lugar foi para a carioca TT Leal, com a Luminária Cristal de Luz. Para Objeto de Produção Coletiva, a primeira premiada foi a Associação dos Artesãos de Monteiro (PB) com a Cortina Monteiro. O Projeto Veredas, de Minas Gerais, foi o grande ganhador na categoria Ação Sócio-Ambiental. Em Novos Projetos, três projetos de jovens estudantes foram selecionados e, com apoio de A CASA, foram produzidos os protótipos.

 

O primeiro e o segundo lugar foram para as mineiras Maíra Fernanda de Mello Inácio, com a Revista Ocre, e Letícia Moreira Uematu, com a Coleção Congado, respectivamente. A lista completa dos premiados pode ser vista em nosso site. Todos os objetos finalistas estão também no site, na coleção virtual 1° Prêmio Objeto Brasileiro.

 

“Verificamos o alto nível de grande parte dos inscritos, o que exigiu do júri, um cuidadoso e meticuloso processo de avaliação, levando em consideração os critérios estabelecidos pelo regulamento”, conta o coordenador do júri. “Fica claro, em alguns projetos, a intervenção da metodologia do design de forma consistente nos produtos, mas possibilitando e dando margem que a expressão fundamentada na cultura local, permaneça evidente.”

 

A exposição 1° Prêmio Objeto Brasileiro, aberta na sede de A CASA, apresenta todos os objetos finalistas além dos premiados, e retrata o melhor da produção artesanal brasileira, com a diversidade dos 20 estados ali representados. “Podemos observar a diversidade de materiais e técnicas empregadas, próprias das características regionais deste país continente”, comenta Prof. Eddy. “O resultado final dos trabalhos selecionados demonstra alta qualidade tanto dos profissionais, sejam eles designers ou artesãos, como das instituições, que, apesar de todas as adversidades enfrentadas, acabam respondendo os desafios de forma consistente e criativa”, conclui.

 

 

Os olhares sobre o Prêmio

 

O Prêmio vem consolidar o trabalho desenvolvido por A CASA e incentivar a produção que resulta da união do design com a produção artesanal. E a grande demanda vem reafirmar para nós que a realização bienal do prêmio é necessária.

Renata Mellão, presidente do museu A CASA e idealizadora do Prêmio.

 

 

O resultado foi bem interessante, bem completo, bem diversificado, muitas matérias primas e técnicas diferentes, produtos das cinco regiões do Brasil. Bem interessante também foi a quantidade de participação, por ser a primeira edição. Christian Ullman, consultor da elaboração do Prêmio.

 

 

Esse prêmio vem reafirmar que o caminho que estamos trilhando, eu e a Coopa-Roca, é o caminho certo. E, para uma socióloga como eu, transitar pelo design e pela moda é uma coisa nova. Mas essa interseção para mim é fundamental. Então é muito bom ter esse reconhecimento.

TT Leal, 1º lugar na categoria objeto de produção autoral.

 

 

Para nós, foi uma surpresa ser 1° lugar. E o prêmio veio em boa hora. Tínhamos passado por um período de dificuldades, tivemos um roubo na associação de todo o nosso material e máquinas. É bom que as pessoas saibam disso para não pensar que é tudo bonito, que não tem problemas. O que passamos foi difícil no início. Agora com o prêmio esperamos nos reerguer novamente.

Gildeni Cavalcanti da Silva, presidente da Associação dos Artesãos de Monteiro, 1° lugar na categoria objeto de produção coletiva

 

 

Quando soubemos do resultado, soltaram até fogos na cidade. Vamos dividir o prêmio entre as 5 associações do projeto e investir em material. Fazemos mutirões todo ano e, enquanto fiamos, fazemos repentes. O prêmio vai ser motivo de vários repentes.

Rosenilda Araújo Martins e Rita Conceição da Silva, presidentes das associações de Bonfinópolis e Natalândia, pertencentes ao Projeto Veredas, 1º lugar na categoria sócio-ambiental.


Minhas expectativas após o Prêmio são as melhores possíveis e estou muito feliz com o resultado da premiação. Começar minha carreira profissional com um incentivo como esse é muito gratificante e agradeço a todos do museu A CASA pela iniciativa. Espero que esse reconhecimento promova a ampliação de pesquisa na área e a valorização do diálogo entre o design e o artesanato no Brasil.

Maíra Inácio, 1° lugar na categoria Novos Projetos


 

 




A CASA indica

 

Livro Em Nome do Autor

 

 

Beth Lima e Valfrido Lima reúnem neste livro o fruto de um grande trabalho de pesquisa: eles recolheram relatos de cerca de 300 artesãos de todo o Brasil, que falam sobre seu trabalho e suas histórias de vida. Lançado pela editora Proposta Editorial.

 

 

Galeria Pontes

 

 

Recém inaugurada a Galeria Pontes é um espaço dedicado a arte popular brasileira contemporânea, coordenado por Edna Matosinho de Pontes. Colecionadora de objetos regionais, ela reuniu um acervo de obras de artistas brasileiros com cerâmica, pintura naïf, esculturas em madeira, entre outros. De segunda a sexta das 10 às 19h, sábados das 10 às 14h. Rua Minas Gerais, 80. São Paulo, SP. Informações no site www.galeriapontes.com.br.


 

Exposição de fotos “A cidade e suas margens”


 

Estreando em fotografia, a artista plástica Elisa Brahcer expõe cerca de 70 imagens de moradias da Favela da Linha, em São Paulo, e de cidades do Nordeste, onde nasceram alguns de seus moradores. A curadoria é de Rodrigo Naves e da própria artista. De terça a domingo, das 10h às 18h. R$ 4, grátis aos domingos. Até 16 de novembro, no Museu da Casa Brasileira - Av. Faria Lima, 2705. São Paulo, SP. Informações no site www.mcb.sp.gov.br.

 

 

 

Boa Leitura

 

"Quando estive no Vale do Jequitinhonha para pesquisar temas para uma coleção que fiz, cheguei numa cidadezinha chamada Santana do Araçuaí. Para chegar em meu ponto final, atravessei uma área de caatinga por mais de uma hora. Durante o percurso, eu pensava, na minha ignorância, de onde os artesãos tiravam os pincéis, onde compravam as tintas para pintar as bonecas que faziam...
Quando cheguei à casa de uma artesã, ela me mostrou um determinado barro que geraria a cor rosa, um outro que criaria o preto e, em seguida, colocou no forno uma boneca grafite. Junto com a peça, ela colocou para assar um tabuleiro de maravilhosos biscoitos de polvilho e, enquanto esperava, fez um café. Lembro que ao tirar a boneca do forno, a artesã fez alguns retoques com pena de galinha molhada em barro aguado. E eu pensava: cadê a miséria que eu imaginava que veria? Aquelas pessoas eram muito pobres sim, mas não tinham nada de miseráveis". Ronaldo Fraga

 

XI Encontro Design Artesanato - Celaine Refosco e Ronaldo Fraga. Identidades Latinas (Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Colômbia). Leia mais.

 


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