Editorial
Neste mês, a nossa newsletter apresenta
uma edição especial sobre o 1° Prêmio Objeto
Brasileiro, que divulgou seus vencedores no último dia 25.
Esse dia também marcou a cerimônia de entrega dos prêmios
e a inauguração da exposição 1°
Prêmio Objeto Brasileiro, com todos os objetos que foram finalistas.
O evento contou com a presença de cerca de 300 pessoas, entre
premiados, finalistas, júri e convidados, e foi marcado pela
emoção dos participantes, chegando a arrancar lágrimas
de alguns dos vencedores.
Acontece no
museu A CASA
Cunha Gago, 807
Exposição 1° Prêmio Objeto Brasileiro

Confira
os 61 finalistas e os grandes ganhadores do Prêmio. De segunda
a sexta, das 10h às 19h.
www.acasa.org.br
Coleção 1° Prêmio
Objeto Brasileiro

Para quem não puder conferir a exposição
física, todos os objetos finalistas e premiados podem ser
vistos também na coleção
virtual em nosso site.
Coleção Kimi Nii

Na intenção de fazer um design atemporal,
em suas esculturas e objetos utilitários a ceramista trabalha
com linhas orgânicas e jogos de encaixe, sendo capaz de transformar
um conjunto de vasos em uma bromélia. Confira a coleção
em nosso museu virtual, com peças da artista e uma entrevista
em vídeo feita em seu ateliê.
Veja aqui.
Entrevista com Gerson de Oliveira

Veja
os vídeos com a entrevista na íntegra
e o compacto feito para a Coleção ,OVO. O designer
fala das peças que estão na exposição
virtual, como Huevos Revueltos, Cadeira Cadê, Mesa Camelo
e Sofá Campo. Ele aborda ainda seu processo de criação,
a relação com as artes plásticas, e a sustentabilidade.
Apoio
|
ESPECIAL 1° PRÊMIO
OBJETO BRASILEIRO
1° Prêmio Objeto Brasileiro
destaca o melhor
da produção artesanal
contemporânea do país
“O Prêmio Objeto
Brasileiro, nesta primeira edição, demonstrou
pelo número de inscritos que esta iniciativa do museu
A CASA já nasceu vitoriosa e que este segmento estava
carente de um evento desta magnitude”, conta Auresnede
Pires Stephan (Prof. Eddy), coordenador do júri do
Prêmio. Lançado em comemoração
aos 10 anos de A CASA, o Prêmio Objeto Brasileiro foi
idealizado por Renata Mellão, presidente da instituição.
Com consultoria de Christian Ullman e Tânia
de Paula para a sua concepção, e contando com
o apoio técnico de toda a equipe de A CASA, foram dois
anos de trabalho, desde a idealização até
a concretização. Com o apoio de divulgação
de diversas universidades de todo o país, o Prêmio
recebeu mais de 1000 inscritos. Destes, 62 foram selecionados
para a fase final de avaliação, e 8 foram premiados.
Na
categoria Objeto de Produção Autoral, o 1°
lugar foi para a carioca TT Leal, com a Luminária
Cristal de Luz. Para Objeto de Produção
Coletiva, a primeira premiada foi a Associação
dos Artesãos de Monteiro (PB) com a Cortina
Monteiro. O Projeto Veredas, de Minas Gerais,
foi o grande ganhador na categoria Ação Sócio-Ambiental.
Em Novos Projetos, três projetos de jovens estudantes
foram selecionados e, com apoio de A CASA, foram produzidos
os protótipos.
O primeiro e o segundo lugar foram para as
mineiras Maíra Fernanda de Mello Inácio, com
a Revista
Ocre, e Letícia Moreira Uematu, com a
Coleção
Congado, respectivamente. A
lista completa dos premiados pode ser
vista em nosso site. Todos os objetos finalistas estão
também no site, na coleção
virtual 1° Prêmio Objeto Brasileiro.
“Verificamos o alto nível de
grande parte dos inscritos, o que exigiu do júri, um
cuidadoso e meticuloso processo de avaliação,
levando em consideração os critérios
estabelecidos pelo regulamento”, conta o coordenador
do júri. “Fica claro, em alguns projetos, a intervenção
da metodologia do design de forma consistente nos produtos,
mas possibilitando e dando margem que a expressão fundamentada
na cultura local, permaneça evidente.”
A
exposição 1° Prêmio Objeto Brasileiro,
aberta na sede de A CASA, apresenta todos os objetos finalistas
além dos premiados, e retrata o melhor da produção
artesanal brasileira, com a diversidade dos 20 estados ali
representados. “Podemos observar a diversidade de materiais
e técnicas empregadas, próprias das características
regionais deste país continente”, comenta Prof.
Eddy. “O resultado final dos trabalhos selecionados
demonstra alta qualidade tanto dos profissionais, sejam eles
designers ou artesãos, como das instituições,
que, apesar de todas as adversidades enfrentadas, acabam respondendo
os desafios de forma consistente e criativa”, conclui.
Os olhares sobre o Prêmio
O Prêmio vem consolidar o trabalho
desenvolvido por A CASA e incentivar a produção
que resulta da união do design com a produção
artesanal. E a grande demanda vem reafirmar para nós
que a realização bienal do prêmio é
necessária.
Renata Mellão, presidente do museu
A CASA e idealizadora do Prêmio.
O resultado foi bem interessante, bem
completo, bem diversificado, muitas matérias primas
e técnicas diferentes, produtos das cinco regiões
do Brasil. Bem interessante também foi a quantidade
de participação, por ser a primeira edição.
Christian Ullman, consultor da elaboração do
Prêmio.
Esse
prêmio vem reafirmar que o caminho que estamos trilhando,
eu e a Coopa-Roca, é o caminho certo. E, para uma socióloga
como eu, transitar pelo design e pela moda é uma coisa
nova. Mas essa interseção para mim é
fundamental. Então é muito bom ter esse reconhecimento.
TT Leal, 1º lugar na categoria objeto
de produção autoral.
Para
nós, foi uma surpresa ser 1° lugar. E o prêmio
veio em boa hora. Tínhamos passado
por um período de dificuldades, tivemos um roubo na
associação de todo o nosso material e máquinas.
É bom que as pessoas saibam disso para não pensar
que é tudo bonito, que não tem problemas. O
que passamos foi difícil no início. Agora com
o prêmio esperamos nos reerguer novamente.
Gildeni Cavalcanti da Silva, presidente da Associação
dos Artesãos de Monteiro, 1° lugar na categoria
objeto de produção coletiva
Quando
soubemos do resultado, soltaram até fogos na cidade.
Vamos dividir o prêmio entre as 5 associações
do projeto e investir em material. Fazemos mutirões
todo ano e, enquanto fiamos, fazemos repentes. O prêmio
vai ser motivo de vários repentes.
Rosenilda Araújo Martins e Rita Conceição
da Silva, presidentes das associações de Bonfinópolis
e Natalândia, pertencentes ao Projeto Veredas, 1º
lugar na categoria sócio-ambiental.
Minhas
expectativas após o Prêmio são as melhores
possíveis e estou muito feliz com o resultado da premiação.
Começar minha carreira profissional com um incentivo
como esse é muito gratificante e agradeço a
todos do museu A CASA pela iniciativa. Espero que esse reconhecimento
promova a ampliação de pesquisa na área
e a valorização do diálogo entre o design
e o artesanato no Brasil.
Maíra Inácio, 1° lugar na categoria Novos
Projetos
|
|
|
|
A CASA indica
Livro Em Nome do Autor

Beth Lima e Valfrido Lima
reúnem neste livro
o fruto de um grande trabalho de pesquisa: eles recolheram relatos de
cerca de 300 artesãos de todo o Brasil, que falam sobre seu trabalho
e suas histórias de vida. Lançado pela editora Proposta
Editorial.
Galeria Pontes
Recém inaugurada a
Galeria Pontes
é um espaço dedicado a arte popular brasileira contemporânea,
coordenado por Edna Matosinho de Pontes. Colecionadora de objetos regionais,
ela reuniu um acervo de obras de artistas brasileiros com cerâmica,
pintura naïf, esculturas em madeira, entre outros. De segunda a sexta
das 10 às 19h, sábados das 10 às 14h. Rua Minas Gerais,
80. São Paulo, SP. Informações no site www.galeriapontes.com.br.
Exposição de fotos “A
cidade e suas margens”

Estreando em fotografia, a artista plástica
Elisa Brahcer expõe cerca de 70 imagens de moradias da Favela da
Linha, em São Paulo, e de cidades do Nordeste, onde nasceram alguns
de seus moradores. A curadoria é de Rodrigo Naves e da própria
artista. De terça a domingo, das 10h às 18h. R$ 4, grátis
aos domingos. Até 16 de novembro, no Museu da Casa Brasileira -
Av. Faria Lima, 2705. São Paulo, SP. Informações
no site www.mcb.sp.gov.br.
Boa Leitura
"Quando estive no Vale do Jequitinhonha para pesquisar
temas para uma coleção que fiz, cheguei numa cidadezinha
chamada Santana do Araçuaí. Para chegar em meu ponto final,
atravessei uma área de caatinga por mais de uma hora. Durante o
percurso, eu pensava, na minha ignorância, de onde os artesãos
tiravam os pincéis, onde compravam as tintas para pintar as bonecas
que faziam...
Quando cheguei à casa de uma artesã, ela me mostrou um determinado
barro que geraria a cor rosa, um outro que criaria o preto e, em seguida,
colocou no forno uma boneca grafite. Junto com a peça, ela colocou
para assar um tabuleiro de maravilhosos biscoitos de polvilho e, enquanto
esperava, fez um café. Lembro que ao tirar a boneca do forno, a
artesã fez alguns retoques com pena de galinha molhada em barro
aguado. E eu pensava: cadê a miséria que eu imaginava que
veria? Aquelas pessoas eram muito pobres sim, mas não tinham nada
de miseráveis". Ronaldo Fraga
XI Encontro Design Artesanato - Celaine Refosco e Ronaldo
Fraga. Identidades Latinas (Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Colômbia).
Leia
mais.
|