Editorial
Você que é designer ou artesão, já fez sua inscrição no 3° Prêmio Objeto Brasileiro? Corra, pois estes são os últimos dias! O concurso oferece prêmios de até R$ 10.000.
Na 49ª edição da newsletter, o tema da Economia Criativa retorna à pauta. Em Entrevista, a arquiteta Renata Piazzalunga, defende a ideia de que é possível “potencializar e dinamizar os elementos relacionados à cultura e à identidade de uma comunidade de forma a obter resultados para sua economia”.
Em Matéria do Mês, a newsletter apresenta um balanço das discussões da Rio + 20 sobre certificação. Confira!
Acontece
no
museu A CASA
Cunha
Gago, 807
Lã em Casa

Exposição traz objetos artesanais desenvolvidos pelas arquitetas e designers Tina Moura e Lui Lo Pumo em parceria com artesãos do grupo Ladrilã, das cidades de Pelotas, Jaguarão e Pedras Altas, Rio Grande do Sul. De segunda a sexta, das 10h às 19h. Sábados, das 12h às 16h. Até 2/8. Saiba mais.
3° Prêmio Objeto Brasileiro

Últimos dias para inscrição! Em sua terceira edição, o 3° Prêmio Objeto Brasileiro vai destacar e premiar o melhor do encontro entre design e artesanato em quatro categorias: Objeto de Produção Autoral, Objeto de Produção Coletiva, Ação Socioambiental e Novos Projetos. Os prêmios vão de R$ 1.500 a R$ 10.000 e as inscrições podem ser feitas pelo correio ou internet até o dia 6/6. Saiba mais.
www.acasa.org.br
Coleção Tenet - Tecendo na Net 2012

Coleção virtual traz objetos que fizeram parte exposição Tenet - Tecendo na Net 2012. Com curadoria de Juan Ojea, Marta Meyer e Renato Imbroisi, a exposição apresentou trabalhos em arte têxtil de 70 designers, artesãos e artistas plásticos de todo o Brasil. Veja aqui.
Museu A CASA nas redes sociais

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Entrevista
- Renata Piazzalunga
“Uma cultura não tem que ficar restrita aos seus limites”
Renata Piazzalunga é arquiteta, doutorada em Ciências da Comunicação e cofundadora do Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI), onde atua como coordenadora responsável pela linha de projetos relacionados à Economia Criativa.

Qual a missão do IPTI?
Produzir pesquisa científica voltada para tecnologias sociais. Trata-se de atuar diretamente em desenvolvimento sustentável nas três áreas de desenvolvimento: educação, saúde e economia criativa.
O que significa Economia Criativa?
São todas as formas de potencializar e dinamizar os elementos relacionados à cultura e à identidade de uma comunidade de forma a obter resultados para sua economia.
Um das coisas que mais chama atenção no site do IPTI é a listagem dos valores da instituição: “raízes locais para uma articulação global”; “compromisso com o risco”; “poética da diferença”; “dinâmica visível e invisível”; “empatia”; “modelos de propriedade”. Você poderia falar brevemente a respeito deles?
Todos esses conceitos têm a ver com essa ideia de um núcleo gerador, onde existe uma identidade própria, mas que nunca fique restrito a um determinado espaço. Defendemos a ideia de que uma determinada cultura não tem que ficar restrita aos seus limites. É preciso sempre enaltecer e trabalhar aquela cultura de forma mais magnânima possível para que ela alcance uma escala maior. Embora os artesãos circulem por distâncias muito pequenas, suas ideias e sua cultura podem transcendê-las – e eu acho que uma cultura tem, sim, que almejar uma escala global. É esse o trabalho da economia criativa. Isso fica muito claro até no que se refere aos produtos que geramos. A ideia do IPTI nunca foi gerar produtos de artesanato, sempre achamos que os produtos teriam que ser de design brasileiro contemporâneo, a partir de técnicas de inserção de artesanato, o que é bem diferente. Aí, sim, você consegue trazer esses elementos para uma escala global.
Como se deu a interação entre designers e artesãos no processo de criação dos objetos no projeto Cultura em Foco?
Para o desenvolvimento de produtos, chegamos com uma proposta e algumas ideias, mas nenhum deles tem o desenho pronto, pré-estabelecido. As luminárias, por exemplo. Inicialmente, existia uma ideia de como fazer as luminárias, mas várias questões técnicas, da costura, da maleabilidade da palha, do tratamento da palha, nem eu nem os designers sabíamos. Então, na solução técnica da peça, os artesãos entravam com seu conhecimento e várias formas resultaram disso. Tudo isso é foco da nossa preocupação, mas não dá para dizer que, atualmente, eles irão conseguir produzir por si só uma linha de produtos que obtenha sucesso no mercado, pois aquela população nunca foi estimulada a pensar de forma criativa. Então, acho que esse papel acelerador não só do designer, mas de todo o processo periférico relacionado ao desenvolvimento do papel criativo promovido pelo IPTI é necessário para que eles possam se tornar protagonistas.
Leia
entrevista na íntegra
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Matéria do MÊS
Certificação florestal e a Rio + 20
por Lígia Azevedo
Nos últimos dias, os eventos da Rio + 20 trouxeram à tona temas abrangentes e ao mesmo tempo convergentes, como as cidades criativas, economia solidária, culturas populares. A certificação florestal, tema de nossa última matéria, também foi um deles.
No dia 17 de junho, uma das mesas do ciclo Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável teve como tema Florestas. Nela, esteve presente o Diretor Executivo da FSC, André Giacini de Freitas levando as pautas do FSC para a Rio + 20. No dia 20, na programação paralela ao Rio + 20, houve ainda o evento “Sistemas de certificação: ligando consumo e produção sustentáveis”, realizado pelo Imaflora em parceria com o FSC e a ISEAL Alliance. E, ainda dentro da programação paralela, uma amostra de produtos da agricultura familiar gerada por meios de produção sustentáveis na Amazônia e Mata Atlântica ocupou a Praça da Sociobiodiversidade até dia 22.
A preocupação com a certificação ambiental está também presente no uso de algumas matérias-primas na própria organização física da conferência: a madeira da construção da infraestrutura e o papel das publicações que estão a cargo do Governo Federal são certificados pelo FSC. O uso dessas duas matérias-primas com certificação baseada em comprometimento governamental é bastante simbólico.
No Brasil, a receptividade de mercado para produtos certificados na indústria de papel e celulose e na comercialização de madeira para a construção civil é bem antagônica. Se no caso do papel os selos verdes são pré-requisito de mercado para muitas empresas, o mesmo não acontece para a madeira.
Leonardo Sobral, do Imaflora, explica: “No mercado de papel a certificação já virou commoditie, vive um boom no Brasil e no exterior. As empresas optam pela certificação não só por uma questão de preço, mas por poder com isso entrar em mercados específicos e no mercado estrangeiro, aproximar e fidelizar o cliente, e estabelecer contratos de médio e longo prazo. No caso madeireiro, a certificação ainda é um nicho de mercado, e a tendência é que haja sobrepreço nos produtos. O grosso da madeira amazônica é consumido no mercado interno no ramo da construção civil por um público que não tem essa preocupação socioambiental. É preciso de fato haver um despertar ainda maior sobre a questão nesse consumidor”.
Já no processo preparatório da conferência, dentre a série de documentos enviados aos chefes de estado, alguns textos elaborados pelo FSC contém propostas para frear o desmatamento e a degradação florestal, que englobam medidas legislativas, educacionais e econômicas. Entre elas, o comprometimento governamental na criação de incentivos fiscais para os certificados, o incentivo à conscientização a partir do ensino fundamental e o estímulo de mercado através de práticas e promoção de compras públicas sustentáveis. Nesses documentos, são citados exemplos de ações governamentais de países como o Peru, Noruega, Bélgica e Dinamarca.
Mas o crescimento da certificação envolve uma complexidade de questões além dos processos de produção e consumo, como a reestruturação da economia mundial. E, no caso da Amazônia, ainda: conflitos fundiários, o desenvolvimento socioeconômico da região, a ilegalidade e a necessidade de fortalecimento dos órgãos de fiscalização.
Clique aqui para ler a matéria na íntegra
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A CASA indica
Programa Rumos Itaú Cultural Pesquisa – Moda e Design 2012-2013

O programa tem como objetivo incentivar a produção de trabalhos de pós-graduação stricto sensu (teses ou dissertações) sobre a moda e design. Podem ser inscritos trabalhos concluídos há até cinco anos ou em andamento. Os cinco melhores trabalhos em cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil. Inscrições até 13/07. Saiba mais.
Histoires de voir: Show and Tell

Exposição da Fundação Cartier, em Paris, apresenta obras de dezenas de pintores, escultores e cineastas de diversos países do mundo. Dez artistas populares brasileiros integram a mostra: Alcides, Aurelino, Antônio de Dedé, Izabel Mendes da Cunha, José Bezerra, José Antonio da Silva, Neves Torres, Nilson Pimenta, Nino e Veio (Cícero Alves dos Santos). Fondation Cartier pour l'art contemporain. 261, boulevard Raspail. Paris, França. Terças, das 11h às 22h. De quarta a domingo, das 11h às 20h. Até 21/10. Saiba mais.
Rio dos 20

Pegando carona na Rio + 20, a exposição reúne projetos de 20 designers cariocas que cujo trabalho se caracteriza por seus aspectos sustentáveis. Freddy Van Camp, Guto Indio da Costa, Mana Bernardes e Zanini de Zanine são alguns dos nomes que integram a mostra. Loja Novo Desenho. MAM-RJ. Av. Infante Dom Henrique, 85. Aterro do Flamengo – Glória. Rio de Janeiro–RJ. Informações: (21) 2524-2290. De terça a sexta, das 12h às 18h. Sábados e domingos, das 12h às 19h. Saiba mais.
Famaliá

Desenvolvidos pelo antropólogo Marcelo Manzatti, site, boletim e agenda Famaliá trazem inúmeras informações sobre o universo das culturas populares e tradicionais do Brasil. Saiba mais.
Boa
leitura
Uma vez perguntei a um artesão, que fazia entalhes em madeira, como é que ele conseguia a sua matéria-prima. Ele então respondeu: “Só uso árvores mortas, que estão caídas no chão... Tem um fazendeiro que me deixa entrar nos seus campos e pegar estas árvores”. “Ahhh.... que bom!”, respondi aliviada. Passado um tempo, conversando com outro artesão, ele me afirmou que aquele primeiro só usava árvore morta, sim, mas que, quando ia buscar uma que estava caída, dava um jeito de “matar” uma árvore que estava sã. Assim, daí a seis meses, quando precisasse novamente de madeira, aquela árvore já estaria no chão. E recomeçava o ciclo...
Tânia Machado
Artesanato ambientalmente correto
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