A CASA - Newsletter #50 - Ano 5 | Julho de 2012





Newsletter N°50

Julho de 2012

 

 

Editorial

 

 

Estes são os últimos dias para conferir a exposição Lã em Casa. Saiba mais sobre o projeto que reuniu as designes gaúchas Tina Moura e Lui Lo Pumo e artesãs de três cidades do Rio Grande do Sul em Matéria do Mês.

 

Em Entrevista, Patrícia Guimarães falar sobre políticas públicas para o artesanato e o programa Talentos do Brasil, do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Não perca!

 

 

Acontece no
museu A CASA

 

 

Cunha Gago, 807

 

 

Lã em Casa

 

 

Últimos dias! Exposição traz objetos artesanais desenvolvidos pelas designers Tina Moura e Lui Lo Pumo em parceria com artesãs das cidades de Pelotas, Jaguarão e Pedras Altas (RS). De segunda a sexta, das 10h às 19h. Sábados, das 12h às 16h. Até 2/8. Saiba mais.

 

 

Joia Contemporânea Brasileira: PERCURSO

 

 

Com curadoria de Miriam Mirna Korolkovas, exposição apresenta joias de 24 artistas brasileiros. Abertura dia 15/08, das 19h30 às 22h30. Saiba mais.

 

Mesa-redonda
Mediada por Miriam Mirna Korolkovas, mesa-redonda irá reunir Amelia Toledo, Francisca Kweitel, Michael Striemer e Rudolf Rutner. Dia 18/08, sábado, das 16h às 18h. Inscrições gratuitas pelo telefone 11 3814 9711. Saiba mais.

 

Workshop Corpo Revisitado
Tendo o corpo humano como elemento de trabalho, workshop ensina como modelar fragmentos dele, base para estudos em ergonomia, em escultura e em joalheria. Dia 25/08, sábado, das 14h às 18h. R$ 50. Inscrições e informações pelo telefone 11 3814 9711. Saiba mais.

 

 

www.acasa.org.br

 

 

Lã em Casa

 

 

Vídeo convida o espectador a um passeio pela exposição Lã em Casa e apresenta depoimentos das designers gaúchas Tina Moura e Lui Lo Pumo sobre o trabalho desenvolvido com artesãs de Pelotas, Jaguarão e Pedras Altas, no Rio Grande do Sul. Veja aqui.

 

 

 

Museu A CASA nas redes sociais

 

 

 

Apoio

 

Entrevista - Patrícia Guimarães

 

“O artesanato é fundamental para o crescimento econômico do Brasil”

 

Patrícia Guimarães é coordenadora do programa Talentos do Brasil.

 

O que é o programa Talentos do Brasil?
O programa Talentos do Brasil é um projeto inovador dentro dessa nova dinâmica das políticas públicas. Coordenado pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário e contando com o apoio do Sebrae, é um projeto que tem uma metodologia própria, estruturada em quatro eixos – organização produtiva, gestão, qualificação do produto artesanal e acesso a mercados diferenciados –, e que possibilita a emancipação das agricultoras familiares tendo o segmento moda sustentável como meio de geração de emprego e renda. O projeto também promove o resgate cultural e fortalece a identidade. A cada ano, definimos um tema único, num trabalho participativo no qual artesãs e estilistas buscam aperfeiçoar o incremento do conceito do Talentos do Brasil nos produtos.

 

Em termos de políticas públicas, o que ainda pode ser feito para a promoção do artesanato no Brasil?
Estou há nove anos no governo e considero que houve um avanço para a categoria da agricultura familiar. Temos como ampliar esse projeto, principalmente para as regiões do semiárido e do Norte do Brasil, dentro da prioridade da presidenta da República, Dilma Rousseff, no programa Brasil sem Miséria. Na minha visão técnica, acho que falta um estreitamento entre os ministérios e as instituições para uma discussão única sobre o segmento artesanal, que representa quase nove milhões de pessoas no Brasil. Tem que haver uma prioridade em todas as esferas de governo. E este é um momento em que o Brasil não pode perder tempo, porque, atualmente, o país é uma grande vitrine econômica para o mundo. Em termos de política pública, agora é o momento de rediscutir, junto com outras instituições que apoiam o segmento, a questão tributária do artesanato no Brasil, a questão da logística, que é um problema sério. Em outros países, o artesanato tem prioridade, é o carro-chefe do turismo. O Brasil passa por essa fase da Copa do Mundo, da discussão sobre sustentabilidade, da moda sustentável. Precisamos aproveitar. Trata-se de um produto diferenciado com o qual a China não vai conseguir concorrer.

 

O artesanato complementa a renda da população rural de forma significativa?
Sim, é um complemento importante. Se você fizer um diagnóstico no Nordeste brasileiro, verá que a renda é complementada com artesanato. Então, essa atividade merece toda a atenção das esferas de governo. É preciso criar uma política adequada de crédito para o capital de giro, para o investimento na estruturação do maquinário, na infraestrutura. O artesanato é fundamental para o crescimento econômico do Brasil.

 

Quais as vantagens do trabalho cooperativo?
Acho que, hoje, as políticas públicas favorecem esse tipo de organização, porque, enquanto governo, nós não podemos apoiar uma pessoa, temos que apoiar o coletivo. Além disso, é muito difícil aos pequenos produtores conquistar o mercado, enfrentar todas as barreiras e dificuldades se não estiverem organizados por meio de uma cooperativa, de uma rede.

 

Qual a importância do resgate das referências locais para a elaboração de produtos contemporâneos com apelo em mercados mais universais?
Esse trabalho de resgate das referências culturais locais é também um trabalho de resgate da alma dessas mulheres. Não é só uma questão de iconografia para o desenvolvimento de uma coleção, mas da alma delas, da história delas. A partir do momento em que elas começam a pesquisar, a identificar e a valorizar o que elas têm localmente, elas começam a perceber que são muito importantes no processo, que a avó, o avô, os pais, o ambiente em que elas vivem e suas histórias têm um valor. Um produto elaborado a partir da valorização cultural e da identidade faz com que elas comecem a sentir que são importantes no contexto, que são as atrizes principais, que sem o seu saber, não há história. A valorização do seu lugar, da sua história, de sua família é um resgate da humanização.

 

Leia entrevista na íntegra

 

 

 

Matéria do MÊS

 

Lã para o ano inteiro

 

 

Distantes menos de 150 quilômetros uma da outra, as cidades de Jaguarão, Pedras Altas e Pelotas estão localizadas no sul do estado do Rio Grande do Sul, próximas à região conhecida como Costa Doce. É ali que dezenas de mulheres – e um homem! – se reúnem para trabalhar com a principal matéria-prima local: a lã.

 

No inverno, os termômetros do lugar costumam registrar algumas das temperaturas mais baixas do país. “Moramos numa região muito fria”, afirma Maria Cândida Paiva Hofmeister, artesã de Pedras Altas. Isolante térmico natural, a lã era tradicionalmente usada para a confecção de diversas peças do vestuário de inverno. Casacos, colchas e gorros sempre foram os carros chefe da produção artesanal. E no verão? “A lã era só para o inverno, não sabíamos o que fazer no verão”, revela Tânia Regina Tunes Furtado, artesã de Pelotas.

 

Da necessidade de manter as vendas em outras estações do ano, surgiu a ideia de diversificar a produção, o que foi possível por meio de um trabalho em conjunto com as designers gaúchas e consultoras do Sebrae Tina Moura e Lui Lo Pumo. O projeto teve início em 2010 com uma proposta ousada: utilizar a lã para o desenvolvimento de produtos para o ambiente doméstico. “Queremos trazer a lã também para a casa, sendo utilizada o ano todo, não apenas como abrigo, mas em objeto de decoração”, explica Lui.

 

A parceria entre designers e artesãs deu certo e, hoje, são produzidos bancos, vasos, luminárias, almofadas e acessórios pessoais. “Eu não sei nem tricotar, mas encontramos exímias artesãs, com domínio das técnicas”, conta Tina. Além da diversificação dos produtos, o uso de cores fortes passou a ser um elemento marcante nos objetos. Amarelo, azul, laranja, vermelho e verde somaram-se às cores naturais, mais sóbrias, normalmente presentes nos produtos. Como afirma Lui, “queremos a lã menos sisuda, ganhando colorido e humor”. Humor que está presente também no nome dos produtos: dama na cama, cabide de carneiro, manta ovo frito, manta pé quente, colar bambolê, banco nuvem, banco rebanho.

 

Um dos destaques da coleção é a luminária Anêmona, premiada em 2011, no 25° Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira, em São Paulo. Trata-se de uma capa de feltro para revestir lâmpadas frias gerando um efeito surpreendente. “A lã, na transparência, é bonita, e tira a frieza da luz”, observa Tina. Este é também o objeto preferido de Cândida. “Eu gosto mais das luminárias. Jamais imaginei que eu pudesse fazer uma luminária de lã. É uma coisa muito diferente. Quando a gente mostra nosso catálogo, as pessoas ficam encantadas”.

 

Todos esses objetos integram a coleção Lã em Casa, em exposição no museu A CASA até do dia 2 de agosto. Nestes últimos dias da mostra, os produtos à venda terão 30% de desconto.

 

 

A CASA indica

 

 

Catálogos/Sala do Artista Popular

 

 

O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular disponibiliza em seu site todo o acervo de catálogos das exposições realizadas na Sala do Artista Popular (SAP), no Rio de Janeiro. Criado em 1983, o projeto é um dos principais programas de promoção da arte popular e do artesanato de tradição cultural no país. Veja aqui.

 

 

TEDxAvNaçõesUnidas

 

 

Já estão disponíveis os vídeos com a íntegra das palestras do TEDxAvNaçõesUnidas, realizado em maio deste ano, em São Paulo. Com o tema "Para ver a cidade", o evento contou com um time de palestrantes composto por Adélia Borges, Ale Youssef, Eduardo Srur, Marcio Kogan, Martin Corullon e Renata Falzoni. Veja aqui.

 

 

Projeto corrente

 

 

Concebido pela designer de joias Marina Sheetikoff, o projeto pretende reunir dezenas de correntes criadas por artistas diferentes numa grande peça única. O resultado do trabalho será apresentado em exposição virtual. Para participar, basta criar um pedaço de corrente de 10 à 20 cm de comprimento e enviar uma foto da peça  por e-mail até o dia 17/09. Saiba mais.

 

 

Cerâmica da Serra da Capivara

 

 

Localizada no povoado de Barreirinho, próximo ao Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, a Cerâmica da Serra da Capivara incorporou referências às pinturas rupestres locais em seus produtos e se transformou em um dos principais projetos que unem design e artesanato no Brasil. Saiba mais.

 


 

Boa leitura

 

O Brasil está na moda. O mundo inteiro quer homenageá-lo e a forma mais fácil de se fazer isto é através da arte, da música e da gastronomia. Assim, o artesanato torna-se a cada dia, mais procurado. Através dele mostramos nossa cultura, a diversidade de materiais e de nosso povo. São redes de lojas na Europa e nos Estados Unidos que querem fazer a semana, o mês ou a quinzena do Brasil. O artesão tem, portanto, que aproveitar este momento antes da Copa, já que, durante os jogos, ninguém vai morrer de ganhar dinheiro, pois o turista da Copa não carrega sacola. O máximo que ele fará é comprar uma “lembrança!”, desde que ela esteja na frente dele, em aeroportos, hotéis ou pontos turísticos. Mesmo assim, só se for pequena, não quebrar e couber na mala, afinal este turista está indo de um lugar a outro do país, acompanhando o seu time.

 

Tânia Machado
O Brasil está na moda


Leia o texto na íntegra


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