A CASA - Newsletter #64 - Ano 6 | Setembro de 2013





Newsletter N°64

Setembro de 2013

 

 

Editorial

 

 

A exposição SATORILAB "A Infância em Jogo" é destaque na 64ª edição da newsletter. Em Matéria do Mês, saiba mais sobre a mostra de arte têxtil de Alejandro Sarmiento e Luján Cambariere que reúne peças criadas em laboratórios de design experimental com mais de 800 estudantes de design e arquitetura da Argentina, Brasil, Chile e Colômbia.


Em Entrevista, Jaques Weltman apresenta o trabalho do Airu, uma ferramenta virtual que possibilita a comercialização de produtos artesanais por meio da internet.


Já em Boa Leitura, Lucyana Azevedo e Virgínia Cavalcanti discutem as relações existentes entre o Design e os Programas de Fomento ao Artesanato Brasileiro.

 

 

 

Acontece no
museu A CASA

 

 

Cunha Gago, 807

 

 

SATORILAB "A Infância em Jogo"

 


Com curadoria de Alejandro Sarmiento e Luján Cambariere, a exposição SATORILAB "A Infância em Jogo" traz brinquedos confeccionados a partir de resíduos industriais de empresas como Adidas, Natura e Chilli Beans. As peças foram criadas em laboratórios de design experimental entre 2007 e 2013, com mais de 800 estudantes de design e arquitetura da Argentina, Brasil, Chile e Colômbia. Abertura dia 11 de setembro, das 19h30 às 22h30. Visitação de segunda a sexta, das 10h às 19h. Sábados, das 12h às 16h. Até 18/10. Saiba mais.

 

 

www.acasa.org.br

 

 

Coleção TENET

 

 

Coleção virtual reúne as obras de 67 artistas que participaram da terceira edição da TENET - tecendo na net. São peças confeccionadas a partir de tecido, bordado ou feltro que buscam expressar emoções, ideias ou sentimentos. Veja aqui.

 

 

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Entrevista - Jaques Weltman

 

“Fidelização é um dos pontos centrais em qualquer negócio”

 

Jaques Weltman é fundador e CEO do Airu.

 

O que é o Airu? Como funciona a metodologia utilizada pela empresa?
O Airu é um mercado, como qualquer outro. Não é diferente de qualquer site de venda online ou shopping. Então, basicamente, temos os lojistas – reunidos numa plataforma virtual – e temos os compradores. O Airu traz clientes para vender nessas lojas e nós ganhamos uma comissão de quinze por cento por cada venda feita no site. Nesses quinze por cento do valor do produto já estão inseridos todos os custos: meios de pagamento, segurança, entre outros. Então, o lojista tem uma plataforma para vender os seus produtos de forma segura e o comprador tem uma ampla variedade de produtos para escolher e comprar de qualquer vendedor. Também contamos com o recurso de aceitar todos os meios de pagamento e de calcular o frete automaticamente. Portanto, comprar ou vender no Airu é muito cômodo para todos. E se acontecer de alguma das exigências do código de defesa do consumidor não ser cumprida, o Airu entra como intermediário para solucionar o problema.

 

O que é necessário para oferecer um bom atendimento ao consumidor?
Fornecer o máximo de informações possíveis e ter prontidão na resposta. Se você não tiver essas duas coisas o negócio não funciona. Na internet as pessoas são muito mais exigentes. Se você pensar nos Estados Unidos, todo mundo faz compras pelo celular ou pelo computador e eles se sentem seguros agindo dessa forma. Entretanto, aqui no Brasil, ainda existe uma insegurança muito grande. As pessoas tem medo de colocar as informações do cartão de crédito porque não confiam no site. Existem sites que, de fato, não são confiáveis. Mas nós temos que nos acostumar com esse mercado – e isso leva tempo. Se a gente for pensar o Brasil hoje, em termos de internet, nós somos apenas um décimo do que é os Estados Unidos. Ainda temos um longo caminho pela frente. E aqui está presente muito essa questão do medo. Dado que ele existe entre os nossos consumidores, como podemos combatê-lo? O medo, em geral, é a dificuldade de enxergar o que vem a frente. Eu tenho medo de algo que eu não conheço: desde o medo do escuro, até o medo de avião. As pessoas tem medo do que vai acontecer, do futuro. E a única maneira de matar esse medo é oferecer o máximo de relacionamento possível. Então, por exemplo, é preciso ter um bom descritivo do produto, apresentar as suas dimensões, ter uma bela foto e, quando o cliente fizer uma pergunta, dar a resposta em menos de vinte e quatro horas. Na minha visão, são serviços como esse que fazem com que o consumidor adquira uma segurança no processo. Todos esses fatores são importantes para um bom serviço na internet.

 

O que poderia ser destacado como a principal dificuldade de trabalho do Airu?
Eu acho que a fidelidade é uma questão difícil atualmente. Como é que você fideliza o cliente-lojista e o cliente-consumidor? O meu trabalho aqui é fidelizar o lojista, fidelizar o consumidor. E fidelizar passa por todo um processo que é longo e trabalhoso. O meu lojista se fideliza quando tem uma boa experiência de venda. O meu consumidor se fideliza quando tem uma boa experiência de compra. Portanto, eu preciso utilizar e criar todas as ferramentas possíveis para isso acontecer. Eu acho que fidelização é um dos pontos centrais em qualquer negócio, e nós estamos focados nisso. Se um lojista proporciona uma experiência de venda ruim, ele não vende mais no Airu. Estamos sendo cada vez mais restritivos nesse aspecto. O consumidor que tem uma experiência ruim no Airu precisa de um cuidado e atenção especial. Essa é a grande dificuldade. Se você não tiver um bom serviço, se você não atender bem, se você não tiver bons produtos, você não tem fidelidade. E, assim, você não tem um mercado e não vende os seus produtos.

 

Leia entrevista na íntegra

 

 

Matéria do Mês

 

A CASA recebe exposição de brinquedos do projeto SATORILAB, de Alejandro Sarmiento e Luján Cambariere

por Lígia Azevedo

 

Brincar livremente, sem julgamento, com alegria. Brincar com o corpo, com os outros, com a família, desenvolvendo valores e resgatando o caráter festivo da brincadeira. Brincar em comunicação com o planeta, tendo a natureza como fonte, usando o mínimo de material disponível, potencializando-o ao máximo pela a imaginação. Estas são algumas das ideias transportadas para matéria nos cerca de 170 brinquedos que compõem SATORILAB A Infância em Jogo. Realizada por A CASA museu do objeto brasileiro em parceria com o Senac São Paulo, a exposição ocupa a sede do museu de 12 de setembro a 18 de outubro.

 

A mostra reúne parte da produção do projeto SATORILAB, laboratórios de design experimental com materiais recicláveis idealizados pelos argentinos Alejandro Sarmiento, designer industrial, e Luján Cambariere, jornalista especializada em design. As peças foram criadas em oficinas coordenadas pela dupla entre 2007 e 2013, com mais de 800 estudantes de design e arquitetura da Argentina, Brasil, Chile e Colômbia. “Nos anos desta experiência, o resultado mais lindo não são as belas peças, mas a semente que fica em cada aluno de compreender que é crucial sentir-se criança outra vez e brincar como na infância para experimentar e desenhar, porque aí está nosso maior acervo material e imaterial”, considera a coordeandora Luján Cambariere.


Os brinquedos foram produzidos a partir de resíduos industriais de empresas como Adidas, Natura e Chilli Beans. Assim, embalagens de cosméticos se transformam em robôs, lentes de óculos escuros servem de asas de uma mariposa, restos da fabricação de um tênis se tornam uma nave espacial. “Costumamos dizer que os resíduos industriais são ‘o lixo mais silencioso’ porque ninguém sabe a quantidade de coisas que se descartam todos os dias. Dar-lhes vida nova é uma oportunidade muito interessante de vários pontos vista: para os alunos, representa um impulso criativo e um grande aprendizado de trabalhar com o mínimo de material e o máximo de criatividade e, ainda, é uma tomada de consciência deste ciclo de consumo e obsolência programada da qual, de algum modo, são responsáveis. Para as empresas e para o público em geral, é uma oportunidade de ter contato com o que descartamos, o que muitas vezes é a matéria-prima que permite o desenvolvimento de vários projetos sociais”, comenta a jornalista.


Para testar os brinquedos eram criados júris formados por crianças. Por vezes, também, como algumas das oficinas aconteceram em espaços abertos ao público, haviam crianças passantes que paravam e experimentavam as peças. Segundo Luján, “As crianças receberam os brinquedos fantasticamente, e por vários motivos. Principalmente porque são brinquedos que os permitem brincar interagindo e colocando algo de si na brincadeira. Não como muitos brinquedos atuais, que de algum modo, já lhes oferecem tudo pronto – falam, caminham... Além de tudo, ao estarem feitos com tanto amor e energia, os brinquedos têm uma alma especial que, sem dúvidas, se transmite para adultos e crianças. Têm vida”.

 

 

 

A CASA indica

 

 

Semana D - “O Design Transforma”

 

 

Pela terceira vez o Centro Brasil Design e a ProDesign realizam a Semana D. Nesta edição o tema do evento é "O Design Transforma". O objetivo é demonstrar a importância do design em diversos segmentos e a sua capacidade de transformar produtos, marcas, cidades, economias e até comportamentos. De 4 a 06/10. Museu Oscar Niemeyer. Rua Mal. Hermes, 999. Centro Cìvico. Curitiba-PR. Saiba mais.

 

 

Casas do Brasil 2013 - Habitação ribeirinha na Amazônia

 

 

Em sua quinta edição, a mostra revela aspectos da arquitetura das habitações ribeirinhas na região de Nhamundá, município localizado a 570 km de Manaus. A exposição propõe a formação de um inventário sobre os diversos tipos e formas de moradia existentes no país. De terça a domingo, das 10h às 18h. Até 15/09. Museu da Casa Brasileira. Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705. Pinheiros. São Paulo-SP. Saiba mais.

 

 

Do Moderno ao Contemporâneo – O Design Brasileiro de Móveis

 

 

Com curadoria de Marcelo Vasconcellos e Zanini de Zanine e peças de Aida Boal, Sergio Rodrigues, Oscar Niemeyer, Irmãos Campana, Domingos Tótora e outros renomados designers, a exposição reúne clássicos do mobiliário moderno e peças de destaque da produção contemporânea, traçando um panorama do design brasileiro de móveis. Até 22/09. Museu Histórico Nacional. Praça Marechal Âncora, s/n. Rio de Janeiro-RJ. Saiba mais.

 

 

Varanda do Museu

 

 

Com curadoria de Judith Pottecher e mobiliário de Rodrigo Almeida, a mostra tem como objetivo celebrar e promover a convivialidade cidadã, além de demonstrar o papel do design na criação de espaços e equipamentos urbanos, oferecendo-lhes qualidades e referências culturais em sintonia com o momento atual. Até 10/11. De terça a domingo, das 10h às 17h. Museu Afro Brasil. Av. Pedro Álvares Cabral, s/n. Parque Ibirapuera - Portão 10. São Paulo-SP. Saiba mais.

 

 

Boa leitura

 

As primeiras iniciativas do governo brasileiro ligada ao Artesanato como fonte de atividade profissional remete à década de 50, a partir de um estudo quantitativo realizado no nordeste brasileiro. Nos anos 60, os estados da Bahia e Ceará foram identificados com os maiores índices de artesãos com capacidades produtivas, que comercializavam fora de sua região. Esse estudo revelou a mulher artesã como principal produtora do ramo e responsável pela renda complementar da família. Na década de 70 surgiram as primeiras Políticas Públicas voltadas para a promoção do setor e, com a evolução das discussões sobre o tema, as diretrizes que valorizam os aspectos culturais e a organização dos artesãos em cooperativas. Assim, foram estruturados programas de qualificação do artesão e de melhoria da comercialização do produto artesanal.

 

 

Lucyana Azevedo e Virgínia Cavalcanti


A Relação entre o Design e os Programas de Fomento ao Artesanato Brasileiro.

 

Leia o texto na íntegra


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