A CASA - Newsletter #69 - Ano 6 | Fevereiro de 2014





Newsletter N°69

Fevereiro de 2014

 

 

Editorial

 

 

As relações entre o Brasil e o continente africano foram historicamente marcadas pelo intenso intercâmbio cultural. É o que revela o livro "LÁ e CÁ", de Renato Imbroisi e Maria Emilia Kubrusly, que acaba de ser lançado. Confira, em Matéria do MÊS, algumas das principais descobertas dos autores!

 

Em Entrevista, a Coordenadora Nacional da Carteira de Projetos de Artesanato do Sebrae, Durcelice Candida Mascêne, fala sobre a atuação da instituição no desenvolvimento e promoção do artesanato brasileiro.

 

Já em Boa Leitura, confira o artigo de Maíra Fontenele Santana sobre as relações de proximidade entre as áreas de design e artesanato.

 

 

 

 

Acontece no
museu A CASA

 

 

 

Pedroso de Morais, 1216

 

 

 

Novo Endereço

 

 

A CASA está de mudança! Em breve passaremos a atender na Av. Pedroso de Morais, 1216/1234. Enquanto isso, aproveite para navegar pelo site e confira as exposições, coleções e acervo de nosso museu virtual. Acompanhe também as redes sociais do museu A CASA para obter mais informações sobre a inauguração da nova sede.

 

 

 

www.acasa.org.br

 

 

 

4° Prêmio Objeto Brasileiro

 

 

Prepare-se! Em 2014 A CASA realizará a 4ª edição do Prêmio Objeto Brasileiro. O principal objetivo dessa iniciativa é promover a inovação, pesquisa e divulgação da produção artesanal contemporânea no Brasil. Enquanto isso, aproveite para visitar as coleções com os finalistas e vencedores da primeira, segunda e terceira edição do prêmio.

 


Museu A CASA nas redes sociais

 

 

 

 

Apoio

 

 

Entrevista - Durcelice Candida Mascêne

 

"Trabalhamos para consolidar o artesanato como uma importante força econômica do Brasil"

 

Durcelice Candida Mascêne é Coordenadora Nacional da Carteira de Projetos de Artesanato do Sebrae.

 

Quais as vantagens do artesanato como ferramenta para o desenvolvimento social e econômico?
O artesanato possui uma elevada função econômica e tem uma importância muito grande na mudança da qualidade de vida das famílias envolvidas, já que traz um desenvolvimento enorme para a comunidade produtiva. Inúmeros locais ou cidades acabam sendo promovidos por causa da atividade artesanal. O artesanato tem uma grande capacidade de consolidação e desenvolvimento local, desde que seja tratado como detentor de uma função econômica. No Sebrae trabalhamos com a visão de negócios para consolidar o artesanato como uma importante força econômica do Brasil.

 

Quais as maiores dificuldades do artesão brasileiro e como o Sebrae atua em seu apoio?
Um dos principais problemas enfrentados pelo artesão é a carência de investimentos. O Sebrae pode ajudar nessa questão promovendo uma aproximação entre artesãos e instituições financeiras – porque nós prestamos diversos auxílios à comunidade, mas não podemos financiar a produção. Assim, procuramos trazer instituições financeiras para que elas entendam o segmento e desenvolvam alguns produtos customizados para a realidade econômica e social destes artesãos. Outra grande dificuldade que nós percebemos é a gestão dos negócios. Nós, do Sebrae, trabalhamos muito nessa área, ajudando o artesão a se manter no mercado com qualidade, obedecendo aos prazos e as exigências impostas como etiqueta, embalagem e notas fiscais. Promovemos essas ações para que os artesãos atinjam e fidelizem o mercado.

 

Atualmente se fala muito da relação entre artesanato e design. O Sebrae tem considerado a parceria entre designers e artesãos em seus projetos?
Nós sempre trabalhamos, desde o início, com essa relação entre designers e artesãos. Vemos a interação entre esses dois grupos como uma construção coletiva. O artesão e o designer somam os seus saberes e criatividade. O designer chega nas comunidades levando seu conhecimento em relação às perspectivas de mercado e funcionalidade de produtos para que os artesãos desenvolvam peças que cumpram as necessidades do mercado, mas todo o processo é formado e construído de forma coletiva. Hoje em dia o Sebrae já tem uma metodologia de formação de designers para trabalhar com o setor de artesanato.

 

Leia entrevista na íntegra

 

 

Matéria do Mês

 

 

Brasil LÁ e África CÁ

por Laura Bing

 

Ao se tratar da África, ainda prevalece um forte senso comum entre aqueles que não a conhecem ou que não se dedicam às leituras confiáveis. Ainda prevalece a África registrada pelo ideológico hollywoodiano ou o imaginário de continente homogêneo, como se não houvesse as riquezas e pobrezas que existem em qualquer lugar em que a humanidade esteja presente. Assim como todo continente, o africano tem suas brigas religiosas, étnicas, políticas e também uma pobreza que é resultado da centralização de muita renda na mão de poucos. Assim como tem lá, tem cá também.


Mas aproveitamos o recente lançamento do livro “Lá e Cá: Trocas culturais entre o Brasil e países africanos de língua portuguesa”, de Maria Emília Kubrusly e Renato Imbroisi, para apresentar uma África com muita riqueza cultural, gastronômica e artística. Os autores revelam suas pesquisas e experiências profissionais por Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique. Tanto Emília quanto Renato têm suas caminhadas individuais e profissionais pelos países africanos, mas viram no livro uma excelente oportunidade de mesclá-las e transformar em um belíssimo registro, lançado pela Editora Senac. O livro, que começou com o apontamento de técnicas artesanais, aproveitou para também descrever as semelhanças da culinária popular e do folclore percebidas e descritos de forma deliciosa ao longo da publicação, recheada de fotos e mais fotos.


A origem da aventura literária começou quando Renato Imbroisi foi convidado, em 2003, para trabalhar em uma associação em Moçambique, a fim de criar escolas de artesanato. Anos depois, viu muitas semelhanças entre o artesanato moçambicano em outra viagem, desta vez para a Costa do Sauípe. Neste momento, surgiu a faísca para pesquisar com mais detalhes estas influências que persistem até hoje. Para Maria Emilia Kubrusly, estas semelhanças não são mera coincidência, mas retratos da colonização portuguesa tanto no Brasil quanto em muitos países africanos, além da vinda de muito africanos durante o período de escravização. A autora afirma com humildade: “Pode ser que antropólogos e outros profissionais deste estudo consigam traçar melhor a origem real destes pratos típicos ou do artesanato, mas não tivemos essa pretensão. Queríamos registrar as sensações da descoberta e como esses elementos são no cotidiano do africano”.


O Brasil Colônia foi regado por lastimáveis anos de escravidão africana, onde o negro era tratado como uma propriedade e foi rebaixado ao nível de máquina de trabalho e como coisa. Apesar das condições que desafiavam a condição humana de existência, a semeadura cultural da população negra em território dominado pelo europeu branco foi muito próspera. E para nossa surpresa, o livro aborda o que os escravos libertos levaram de volta aos seus países de origem as adaptações que a cultura africana passou no território do pau-brasil, com uma pitada portuguesa.


Esqueça a nostálgica Pangeia, deixe que o livro de Kubrusly e Imbroisi te leve para as descobertas artísticas da riquíssima Mama África, o continente de onde viemos e que está mais pertinho do que imaginamos.

 

 

A CASA indica

 

 

Paralela Gift

 

 

Destinada a lojistas, a feira apresenta as últimas coleções de design autoral, alta decoração e artesanato contemporâneo no país. De 08 a 10/03, das 10h às 19h. Dia 11/03, das 10h às 17h. Casa Petra. Av. Aratãs, 1010. São Paulo-SP. Saiba mais.

 

 

 

Nada se Perde Tudo se Transforma: Esculturas em Sucata de Claudy Ribeiro

 

 

A mostra reúne obras recicladas de metal do artista popular Claudy Ribeiro, com temas que variam de animais, personagens literários (como Dom Quixote), a Torre Eiffel e a Ponta da Amizade. Até 21/02. De segunda a sexta, das 10h às 18h. Sala do Artista Popular. Rua Ébano Pereira, 240. Centro. Curitiba-PR. Saiba mais.

 

 

 

24ª Craft Design

 

 

Direcionada a lojistas, fabricantes, arquitetos, decoradores e profissionais do setor em geral, a Craft Design é uma feira de negócios que apresenta tendências na área de decoração, design e arte. De 08 a 10/03, das 10h às 20h. Dia 11/03, das 10h às 19h. Centro de Convenções Frei Caneca. Rua Frei Caneca, 569. 5º andar. São Paulo-SP. Saiba mais.

 

 

 

Produção cultural e economia criativa

 

 

Buscando compreender os mecanismos de formulação das políticas públicas na Região do Vale do Jequitinhonha (MG) e a importância da produção artística na economia das famílias e da região, a atividade contará com a presença do pesquisador Joaquim Celso Freire Silva e do ceramista Ulisses Mendes. De 18 a 26/02. Terças e quartas, das 19h30 às 21h30. Centro de Pesquisa e Formação - Sesc São Paulo. Rua Pelotas, 141. Vila Mariana. São Paulo-SP. Saiba mais.

 

 

 

 

Boa leitura

 

Desde seu surgimento, na Revolução Industrial, o campo do design traçou seu caminho distante do artesanato e foi ator na separação do trabalho intelectual para o trabalho mecânico. A história das origens do design no Brasil, também, segue similar trajeto de distanciamento e, em alguns momentos, até de negação. A aproximação começou na década de 1980 e partiu dos próprios designers. Até então, o artesanato no Brasil vivia da própria sorte e, somente na década de 1990, surgem as primeiras instituições de apoio ao artesanato, que ratificaram a reaproximação.

 

Maíra Fontenele Santana

Design e Artesanato: fragilidades de uma aproximação

 

Leia o texto na íntegra


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