Editorial
Estão abertas as incrições do 4º Prêmio Objeto Brasileiro, que vai destacar e premiar a produção contemporânea de artesãos e designers de todo o Brasil. Confira todas as informações sobre o concurso deste ano e veja como se inscrever em Matéria do MÊS.
Em Entrevista, Patrícia Luisa Santana e Verônica Batista falam sobre o trabalho do Caras do Brasil, programa que introduziu nas prateleiras dos supermercados alimentos regionais e objetos artesanais de diversos estados do país.
Já em Boa Leitura, confira o artigo de Ana Julia Melo Almeida e Maria Silvia Barros de Held sobre a recente aproximação entre o artesanato e a moda nacional.
Acontece
no
museu A CASA
Pedroso de Morais, 1216
Novo Endereço

A nova sede do museu A CASA, na Av. Pedroso de Morais, 1216, está em construção, mas A CASA – Anexo, sede administrativa, já está instalada em seu novo endereço: Av. Pedroso de Morais 1234. Durante o período de obras, aproveite para navegar pelo site e confira as exposições, coleções e acervo de nosso museu virtual. Acompanhe também as redes sociais do museu A CASA para obter mais informações sobre a inauguração da nova sede.
4° Prêmio Objeto Brasileiro

Estão abertas as inscrições do 4º Prêmio Objeto Brasileiro. O principal objetivo dessa iniciativa é promover a inovação, pesquisa e divulgação da produção artesanal contemporânea no Brasil. Acesse o regulamento e inscreva-se aqui.
www.acasa.org.br
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Estamos nos integrando cada vez mais às redes sociais! Acesse a página do museu A CASA no Instagram e confira imagens de nossas exposições, acervo e do andamento das obras da nova sede do museu. Confira.
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Entrevista - Patrícia Luisa Santana e Verônica Batista
"O Caras do Brasil valoriza a história por trás de cada produto"
Patrícia Luisa Santana e Verônica Batista são, respectivamente, Coordenadora e Analista do Programa Caras do Brasil.

O que é e como surgiu o Programa Caras do Brasil?
Patrícia Luísa Santana: Lançado em 2002, o Caras do Brasil é um programa que surgiu a partir de uma demanda da presidência do GPA. O Pão de Açúcar é uma empresa que trabalha com a comercialização no grande varejo, mas já naquela época recebíamos pedidos de pequenos produtores que queriam comercializar suas peças em nossas lojas. Foi aí que surgiu a necessidade do GPA ter um programa que também abrisse as portas da comercialização para o pequeno produtor artesanal brasileiro, incentivando o comércio ético e solidário, a geração de renda, o respeito ao meio ambiente e a inclusão social. Participam do programa cooperativas, associações ou o próprio artesão individual.
Os resultados obtidos com o programa até agora são reflexos de um público consumidor que se preocupa cada vez mais com um comércio ético, solidário e sustentável?
Patrícia Luísa Santana: Sim, mas não exclusivamente. Temos um público que se identifica com a causa, que conhece o programa e que compra por conta dessas questões, mas a grande maioria ainda não pensa dessa forma. Acreditamos que na medida em que o consumidor entende a proposta do programa e a origem do produto, ele acaba comprando pelos valores que você mencionou, mas a grande maioria ainda compra como opção de presente. Desse modo, precisamos contar na ponta da gôndola as histórias de cada produto. Hoje em dia, cada peça vem com um tag que identifica quem é o produtor, como é feito aquele produto e como o objeto chega na prateleira do mercado. Entretanto, ainda estamos limitados àquele tag. O cliente vai pegar, ler e saber a história, mas só depois que estiver manipulando o produto. Quando o consumidor reconhece a história do produto, ele compra a causa.
Como o Programa Caras do Brasil enxerga a relação entre design e artesanato?
Patrícia Luísa Santana: O design e o artesanato são áreas que devem andar juntas. Para nós, é muito importante relacionar a questão cultural e de raízes, típicas do artesanato, com o design, porque desse modo você consegue ter um produto diferenciado, que vai atender a demanda de um publico que é mais exigente.
Verônica Batista: O Caras do Brasil, na verdade, valoriza a comunidade, a história por trás de cada produto. Mas, o que vai fazer também com que a peça se torne um produto atraente ao consumidor é essa ligação com o design, com a criação e com a preocupação de ter um produto de qualidade.
Como o mercado tem recebido os produtos nas lojas? O que é necessário para um produto fazer sucesso?
Patrícia Luísa Santana: De maneira geral, o mercado recebe bem o produto na loja, mas o que vemos é que as pessoas não reconhecem o valor do objeto artesanal. Para os consumidores é mais uma gôndola, é mais um produto. Por isso que pretendemos trabalhar bastante essa questão da comunicação com o consumidor.
Verônica Batista: A comunicação é que trás o engajamento e o sucesso no futuro. A expansão depende muito disso. O programa se mantém, mas só conseguiremos uma boa recepção e expansão quando os consumidores compreenderem a história que está por trás de cada produto.
Leia entrevista na íntegra
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Matéria do Mês
4° Prêmio Objeto Brasileiro: mãos à obra, artistas!
por Laura Bing

Este ano o museu A CASA celebra a vinda da 4ª edição do Prêmio Objeto Brasileiro, o prêmio bienal que prestigia novidades do encontro entre design e artesanato. A premiação é uma das ações da instituição que visa reconhecer e valorizar a prática artesanal do brasileiro, como uma forma de perenizar culturas praticantes desta arte.
O prêmio irá distribuir mais de R$ 30.000,00 em prêmios, divididos em quatro categorias: Objeto de Produção Autoral, Objeto de Produção Coletiva, Ação Socioambiental, além da nova categoria, Textos.
• Categoria 1 - OBJETO DE PRODUÇÃO AUTORAL
Objetos contemporâneos que refletem o encontro do artesanato com o design, produzidos de forma artesanal ou semiartesanal e concebidos por profissionais, artesãos ou micro/pequenas empresas.
1º lugar: R$ 5.000,00 e 2º lugar: R$ 2.500,00.
• Categoria 2 - OBJETO DE PRODUÇÃO COLETIVA
Objetos contemporâneos que refletem o encontro do artesanato com o design, produzidos de forma artesanal ou semiartesanal e concebidos por grupos de artesãos, comunidades, associações ou cooperativas em colaboração, ou não, com profissionais – consultores, designers, arquitetos, artistas, entre outros. Somente poderão ser inscritos nesta categoria objetos produzidos e atribuídos a comunidades/associações/cooperativas.
1º lugar: R$ 5.000,00 e 2º lugar: R$ 2.500,00.
• Categoria 3 – AÇÃO SOCIOAMBIENTAL
Projetos bem-sucedidos, desenvolvidos por instituições, cooperativas, associações, empresas, universidades e organizações, com foco na responsabilidade socioambiental (geração de renda, reutilização e reciclagem, desenvolvimento sustentável e inclusão social) e que geram produtos frutos do encontro do artesanato com o design. Nesta categoria serão avaliados os projetos de maneira geral e não apenas os objetos resultantes da ação.
1º lugar: R$ 10.000,00 e 2º lugar: R$ 5.000,00.
• Categoria 4 – TEXTOS
Artigos, ensaios, reportagens, dissertações, teses e livros, publicados ou não, sobre a relação entre artesanato e design.
Serão selecionados três textos que receberão, cada um, R$ 1.500,00.
De acordo com Adélia Borges, consultora de Relações Institucionais do museu A CASA, “O Prêmio Objeto Brasileiro é o único prêmio voltado para esse segmento, então é um prêmio que com certeza traz visibilidade e incentivas as boas práticas artesanais e do design”. Ela aproveitou e ainda passou recado para artesãos e designers: “Inscrevam-se! E mesmo que não seja selecionado desta vez, não desanime, pois há sempre possibilidade de que seja selecionada nas próximas edições”.
Acompanhe em nosso site e também em nossas páginas no Facebook, Instagram e Twitter todas as informações sobre o prêmio. Acesse o regulamento e inscreva-se aqui.
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A CASA indica
Opa! Uma alegre revelação

A exposição reúne peças de vestuário, tecidos de seda com estampa, telas e desenhos da estilista Junko Koshino e do artista plástico Go Yayanagi. Até 16/03. De terça a domingo, das 11h às 20h. Instituto Tomie Ohtake. Av. Brigadeiro Faria Lima, 201. Entrada pela Rua Coropés. Pinheiros. São Paulo-SP. Saiba mais.
Panos

A exposição tem como objetivo retratar a história, os usos, costumes e significados do pano em diversas culturas. Serão apresentados trabalhos que utilizam lã animal, algodão, linha de seda, tingimentos, estampas e diferentes processos e técnicas de tecelagem. De 25/03 a 25/05. Sesc Bom Retiro. Al. Cleveland, 564-756. Campos Elíseos. São Paulo-SP. Saiba mais.
Mobiliário no Brasil: origens da produção e da industrialização

Com autoria de Maria Angélica Santi, o livro apresenta as origens da produção moveleira no Brasil, revelando os caminhos da técnica da marcenaria desde o fazer artesanal até os primórdios da produção mecanizada. Editora Senac. 352 páginas. R$ 84,90. Saiba mais.
Enciclopédia Itaú Cultural

As enciclopédias do Itaú Cultural estão unificadas agora na Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. Nesta nova plataforma, também disponível para tablets e celulares, é possível consultar um banco de dados com mais de 5.600 verbetes, 12 mil imagens, 132 vídeos e 34 mil dados de exposições. Veja aqui.
Educação Patrimonial: histórico, conceitos e processos

Publicação do Iphan destaca princípios e diretrizes conceituais da educação patrimonial. Veja aqui.
Boa
leitura
O artesanato, além de ser uma atividade produtiva, é também uma forma de expressão cultural de quem o produz. O artesão é produtor de tais objetos, imprimindo sua história, sua técnica e seu repertório cultural. Os produtos confeccionados trazem o contexto social e cultural de seus agentes, ou seja, o objeto em uma versão material de sua cultura. Seus significados estão inscritos em suas formas, seus usos, suas trajetórias – o produto relaciona-se com o contexto cultural em que foi criado e com a forma de inserção social de seus agentes.
Ana Julia Melo Almeida e Maria Silvia Barros de Held
Os caminhos da atividade artesanal: bordados de passira e o recente contato com a moda nacional
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