A CASA - Newsletter #75 - Ano 7 | Agosto de 2014





Newsletter N°75

Agosto de 2014

 

 

Editorial

 

 

Em maio de 2014 o museu A CASA publicou uma matéria sobre as expectativas para a comercializacão de artesanato durante a Copa do Mundo no Brasil. A 75ª edição da newsletter volta ao tema apresentando um balanço das vendas segundo o relato de algumas instituições e pessoas que atuam na área. Confira em Matéria do MÊS.

 

Em Entrevista, Claudio Padua e Suzana Padua falam sobre os projetos e iniciativas de conservação socioambiental desenvolvidos pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ).

 

 

Acontece no
museu A CASA

 

 

Pedroso de Morais, 1216

 

 

Mãos do Meu Brasil: Artesanato Sustentável

 

 

Com curadoria da consultora de moda sustentável Chiara Gadaleta Klajmic, a exposição apresenta o resultado do projeto "Mãos do Meu Brasil: Artesanato Sustentável", que tem como objetivo estabelecer uma troca entre comunidades artesãs e o mercado da moda. De segunda a sexta, das 10h às 19h. Sábados, das 12h às 18h. A CASA - Anexo. Até 12/09. Saiba mais.

 

 

A CASA viaja - Programação Ilha do Ferro II

 

 

A CASA viaja levará interessados em artesanato e arte popular a diversos municípios de Sergipe e Alagoas, tais como Divina Pastora, Piranhas, Entremontes e Ilha do Ferro. O objetivo é proporcionar o encontro dos viajantes com artesãos e artistas populares locais. De 02 a 07/09. Saiba mais.

 

 

4° Prêmio Objeto Brasileiro

 

 

A quarta edição do Prêmio Objeto Brasileiro recebeu 427 inscrições! Os objetos e projetos selecionados nas categorias 1, 2 e 3 serão divulgados no dia 11 de agosto no site do museu A CASA. Boa sorte a todos os participantes!

 

 

FairTrade Designers

 

 

Mediada por Adélia Borges, a mesa redonda irá reunir as três criadoras do grupo dinamarquês FairTrade Designers: Pil Bredahl, Liselotte Risell e Henriette Melchiorsen. As palestras apresentarão o trabalho da instituição com o design thinking e o artesanato em projetos interculturais e interdisciplinares em todo o mundo. Dia 21/08, quinta-feira, das 19h às 21h. Saiba mais.

 

 

www.acasa.org.br

 

 

Coleção Criqué Caiçara

 

 

Coleção virtual reúne peças da linha "Flores e Bichos da Reserva, Folhas e Seixos". Integrando a coleção, vídeo apresenta o processo de finalização do “Projeto de Fortalecimento da cadeia produtiva artesanal da Reserva da Juréia”. Veja aqui.

 

 

 

Museu A CASA nas redes sociais

 

 

Apoio

 

 

Entrevista - Claudio Padua e Suzana Padua

 

“Trabalhar com comunidade não é fácil, mas é extremamente importante e compensador”

 

Claudio Padua e Suzana Padua são, respectivamente, vice-presidente e presidente do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ).

 

 

Como funciona a metodologia e as estratégias utilizadas pelo IPÊ?
Claudio: Nós iniciamos o trabalho do IPÊ com a conservação da biodiversidade; porém, começamos a pensar que somente isso não era suficiente, pois, afinal, nós tínhamos que fazer algo pelas pessoas que estavam envolvidas com esse projeto de conservação. Com isso, começamos a trabalhar com educação ambiental. Mas, aí, descobrimos que ainda assim o assunto envolvia atividades econômicas, já que as pessoas possuem necessidades básicas. Então, começamos a desenvolver atividades econômicas sustentáveis. Passamos a olhar para a paisagem junto com as comunidades, planejando a região. Porém, ainda assim, não era suficiente. Finalmente, tentamos influenciar a formulação de algumas políticas públicas – porque certas coisas somente o governo pode fazer – com o objetivo de potencializar a nossa ação local também.

Suzana: E, assim, os nossos projetos de negócios sustentáveis surgiram em 2002, quando fizemos a nossa primeira parceria com o setor privado. O nosso primeiro parceiro foi o grupo Martins, de Uberlândia. E, com essa parceria, abriu-se uma porta para o mundo empresarial que nos era muito distante. As Havaianas IPÊ é um exemplo dessa atuação do IPÊ no mundo empresarial. Essa parceria foi um caso de sucesso de marketing relacionado à nossa causa, já que todo mundo ganhou: as Havaianas, porque participa de uma ação de responsabilidade socioambiental de maneira criativa e inovadora; e o IPÊ, que ganha financeiramente - 7% do que é arrecadado com a venda da coleção - e contribui para disseminar a biodiversidade brasileira de forma educativa para um público absolutamente amplo e irrestrito. E, por fim, a natureza também ganha, porque ações como essa atraem adeptos.

Claudio: Além disso, temos desenvolvido alguns trabalhos com comunidades. Temos projetos para as cadeias produtivas das 5 mil pessoas com as quais a gente trabalha no Baixo Rio Negro.

Suzana: A história desses projetos com as comunidades começou quando a gente estava trabalhando lá no Pontal do Paranapanema ao percebemos a pobreza e o abandono enorme que ocorria ali. Foi aí que a gente começou a trabalhar com alternativas de renda para as comunidades. Então, de maneira geral, pensamos em alternativas para que as pessoas melhorem a qualidade de vida e a natureza seja beneficiada.

 

Atualmente, 3% do financiamento do IPÊ vêm da venda de produtos. Nesse contexto da comercialização, muitas instituições e profissionais que trabalham com comunidades produtivas têm relatado dificuldades na venda dos produtos. De modo geral, esse mesmo problema também tem acontecido com os produtos do IPÊ?
Suzana: Sem dúvida alguma. Escoar produto não é fácil. Atualmente os nossos canais de venda são o site, os congressos e demais eventos que o IPÊ participa. Porém, a maioria das pessoas que vai nesses eventos são conservacionistas, então a gente acaba só contagiando a nós mesmos. Meu sonho era uma loja nos principais aeroportos para produtos comunitários. E, assim como as Havaianas IPÊ, quem sabe ter na Renner, Riachuelo ou outro grande magazine, por exemplo, uma camiseta da biodiversidade brasileira que mudasse a cada dois meses com uma espécie nova. Seria bom para o IPÊ, para as lojas e para o público!

Claudio: E nós temos um trabalho muito grande junto às comunidades nas questões de preço, prazo e qualidade. Afinal, para entrar no mercado, mesmo que seja de uma forma singela, é necessário ter alguma organização produtiva.
Suzana: Trabalhar com comunidade não é fácil, mas é extremamente importante e compensador. Não dá para não ter. Mas você tem que aprender como é que se faz isso de uma forma correta. O IPÊ ainda está crescendo nesse processo. Temos muito a aprender.

 

Nos últimos anos nós vemos que as questões do movimento ambientalista têm evoluído no debate nacional. Na opinião de vocês, essa evolução observada até agora é o reflexo de um público que se preocupa cada vez mais com a conservação ambiental?
Suzana: Hoje em dia não dá mais para fingir que o mundo não necessita de preocupação. Quando a gente começou, há trinta anos, nossas famílias achavam que nós estávamos indo para um rumo de moda, que era algo excêntrico e passageiro. Atualmente quase ninguém mais fala isso. Não há mais esse espaço, porque está evidente que essa questão precisa ser tratada com seriedade. Não dá mais para falar que quem precisa se envolver com o meio ambiente é só o professor, é só o cientista ou é só o governo. Considero que todos os cidadãos do planeta precisam estar preocupados com a sua sobrevivência, com a sobrevivência das espécies e dos próprios processos evolutivos naturais que hoje estão em perigo.

Claudio: Atualmente nós progredimos muito. Tem uma nova geração muito mais consciente. Mas ainda tem muita coisa a se fazer. Estou tentando me envolver um pouco mais com a economia nos últimos anos, para pensar em meios de como o próprio sistema pode trazer alternativas sustentáveis.

 

Leia entrevista na íntegra

 

 

Matéria do Mês

 

 

Comercialização de artesanato na Copa do Mundo da FIFA 2014: um balanço

por Agda Sardinha

 

A Matéria do MÊS da Newsletter de Maio do museu A CASA buscou mapear as expectativas para a comercialização de artesanato durante a Copa do Mundo da FIFA 2014. Após o encerramento do megaevento, foi possível traçar um breve balanço das atividades comerciais relacionadas ao setor artesanal durante os meses de junho e julho. O país contou com dois grandes projetos voltados para essa área: o Brasil Original, desenvolvido pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, e o Vitrines Culturais, desenvolvido pela Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República – SMPE.


O projeto Brasil Original tem como objetivo “divulgar o Brasil como um país que produz um artesanato sofisticado, de alta qualidade e com design diferenciado” durante o período de realização de grandes eventos no país, tais como a Copa das Confederações FIFA em 2013, a Copa do Mundo da FIFA em 2014 e as Olimpíadas de 2016. A ideia é aproveitar a superexposição do Brasil e o público que irá acessar esses eventos para promover os produtos artesanais. No caso da Copa de 2014, as lojas do Brasil Original foram montadas em 10 cidades-sede e as peças expostas nesses showrooms foram selecionadas a partir de um sistema de curadoria formado por especialistas do setor artesanal, incluindo representantes do Sebrae, designers, decoradores, entre outros profissionais.

 

De acordo com os dados cedidos pelo Sebrae, nas lojas do Brasil Original montadas durante a Copa das Confederações de 2013 foram comercializados cerca de 22 mil itens, produzindo um faturamento bruto de, aproximadamente, 714 mil reais. Durante a Copa do Mundo da FIFA, as dez lojas do projeto receberam cerca de 700 mil visitantes, gerando uma receita de 2,1 milhões de reais (valor quase 3 vezes maior ao registrado em 2013), obtidos com a comercialização de 60 mil itens artesanais.


Em São Paulo, a loja foi montada no Shopping Light e administrada pelo Projeto Terra. Segundo Ricardo Pedroso, gestor responsável pelo espaço, “durante o período em que ficou aberta, de 11/06 a 13/07, a loja recebeu cerca de 19.600 visitantes, dos quais 1.047 fizeram compras em um volume de 2.627 peças”. Para ele, apesar das vendas terem ficado abaixo das expectativas, “no fim, achamos a experiência bastante interessante, e estamos iniciando estudos, no Projeto Terra, para replicar o formato em um portal de internet ou mesmo numa loja permanente”.

 

As exposições do projeto Vitrines Culturais foram realizadas entre 12 de junho e 13 de julho de 2014 em 7 cidades-sede da Copa, Manaus - AM, Recife - PE, Salvador - BA, Belo Horizonte - MG, Rio de Janeiro - RJ, São Paulo – SP e Porto Alegre - RS. Essa iniciativa teve o objetivo de divulgar, promover e ampliar a participação e a visibilidade de artesãos brasileiros cadastrados no Sistema de Informação Cadastrais do Artesanato Brasileiro – SICAB, coordenado pelo Programa do Artesanato Brasileiro – PAB, no período da Copa. Nesse caso, foi lançado um edital de abrangência nacional que continha a definição dos critérios de seleção e avaliação para a escolha das peças. As lojas do Vitrines Culturais, chamadas de Espaço Cultural, foram montadas nas FIFA Fan Fest e em espaços culturais das cidades-sede.

Segundo a assessoria de imprensa da SMPE, o PAB ainda não realizou o balanço das vendas nacionais do Vitrines Culturais. Esses dados ainda estão sendo elaborados em conjunto com o Ministério da Cultura e serão divulgados em breve. Todavia, no dia 13 de julho, o museu A CASA visitou a loja Espaço Cultural do FIFA Fan Fest no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, e conversou com o gerente Estevam Cavenattoen, que relatou: “já foram vendidas 500 das 1700 peças expostas”. E acrescentou: “a maioria dos visitantes eram turistas nacionais e estrangeiros. A minha impressão é que 70% das pessoas que entraram no espaço compraram algo”.

 

Leia a matéria da íntegra

 

 

A CASA indica

 

 

Design Weekend

 

 

Composto por dezenas de eventos independentes, simultâneos e integrados por uma programação oficial, o festival irá ocorrer na cidade de São Paulo entre os dias 14 e 17 de agosto e contará com palestras em instituições educacionais, visitas guiadas em galerias e ateliês, exposições, instalações, intervenções artísticas e urbanas, circuitos temáticos, concursos, festas e lançamentos de produtos em lojas e showrooms. Saiba mais. A CASA integra o festival com a exposição Mãos do Meu Brasil: Artesanato Sustentável.

 

 

 

Paralela Gift

 

 

Em sua vigésima quinta edição, a feira Paralela Gift apresenta um painel de diversos produtos nas áreas de alta decoração, design autoral e artesanato contemporâneo. Destinada a lojistas, a feira reúne as últimas coleções de designers e artesãos de todo o país. De 12 a 15/08, das 10h às 19h. Casa Petra. Av. Aratãs, 1010. São Paulo-SP. Saiba mais.

 

 

 

Craft Design

 

 

Com o objetivo de ser uma ponte entre o designer e o mercado, a Craft Design é uma feira de negócios que apresenta tendências na área de decoração, design e arte. O evento é exclusivamente direcionado a lojistas, indústrias, arquitetos, decoradores e outros profissionais do setor.  De 14 a 17/08, das 10h às 20h. Dia 11/03, das 10h às 19h. Centro de Convenções Frei Caneca. Rua Frei Caneca, 569. 5º andar. São Paulo-SP. Saiba mais. No dia 15/08, às 16h, ocorrerá a palestra “A importância do Objeto Artesanal Brasileiro no mercado Nacional”, com a participação do designer Sergio Mattos. Confira.

 

 

Jader Almeida, a Atemporalidade do Desenho

 

 

Com autoria de Adélia Borges, o livro fala sobre a vida e obra de Jader Almeira, relembrando fatos do começo da sua carreira e discorrendo sobre o processo criativo que o transformou numa das estrelas do design nacional. Editora C4. 120 páginas. R$ 105,00. Saiba mais.

 

 

 

J. Borges e a Xilogravura do Nordeste

 

 

Conhecido como J. Borges, o mestre do cordel e da xilogravura José Francisco Borges, falará sobre sua trajetória profissional e o universo do homem do nordeste. Dia 19/08, das 19h30 às 21h30. Centro de Pesquisa e Formação - Sesc São Paulo. Rua Pelotas, 141. Vila Mariana. São Paulo-SP. Saiba mais.

 

 

Kimi Nii - Nas nuvens

 

 

Com curadoria de Pieter Tjabbes e textos de Antonio Gonçalves Filho, a mostra apresenta novos trabalhos e alguns destaques da produção em cerâmica da artista plástica e designer japonesa Kimi Nii. Até 05/10, das 9h às 19h. CAIXA Cultural São Paulo. Praça da Sé, 111, 8º andar. São Paulo-SP. Saiba mais.

 

 

Boa leitura

 

Grandes mudanças envolvem tempo e maiores investimentos, mas partem da firme percepção de que novos comportamentos são vitais. No caso dos artesãos, em um breve espaço de tempo, observamos a vontade de melhorar os produtos, refinar os acabamentos, aprimorar suas habilidades, tal como as reflexões iniciais sobre a gestão dos negócios, enfim, a valorização de um trabalho ancestral. Dessa forma, o design e o planejamento podem ser verdadeiras ferramentas para o aprimoramento dos produtos, a organização da produção, culminado no crescimento e fortalecimento de grupos artesanais unidos em prol de uma atividade específica.

 

Luciana Bugarin Caracas, Denilson Moreira Santos, Thiago Duarte Guará, Jocy Meneses dos Santos e Eli James da Silva Guedêlha


Design e Produção Artesanal em Cerâmica: um estudo de caso em Rosário-MA

 

Leia o texto na íntegra


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