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A chapeleira Silvia Lucchi inaugura em São Paulo exposição retrospectiva sobre seu trabalho
Publicado por A CASA em 26 de Maio de 2010

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A chapeleira Silvia Lucchi inaugura em São Paulo exposição retrospectiva sobre seu trabalho
Ligia Carvalhosa em 26/05/2010
7 Fotos
Fernando Velázquéz
O trabalho da chapeleira Silvia Lucchi ficou popular no Brasil em meados dos anos 1980, quando trabalhava para Zoomp e Fiorucci. Mas foi na Europa que produziu a maior parte de suas criações. A designer estou moda na Itália e acabou ficando dez anos, entre ida e vindas, na Holanda.
Atualmente por aqui, Silvia inaugura em São Paulo uma mostra interativa sobre chapéus - é possível tocar e experimentar os modelos. Abaixo, ela conta como começou a trabalhar com o acessório e outras curiosidades; confira:
Como começou sua história com chapéus?
Estava estudando figurino e cenografia teatral em Firenze, na Itália. Com a chegada do primeiro inverno, precisava de uma peça que me protegesse do frio - eu estava sempre circulando de bicicleta. Então, encontrei numa loja de usados, um chapéu de feltro dos anos 1940 que parecia uma calota estruturada e, junto com um pedaço de jérsei de lã macia, transformei a peça em um chapéu contra o vento e o frio - instintivamente coloquei uma "etiqueta", um pedacinho de tecido estampado comprado numa viagem à Escandinávia. Alguns anos depois em Milão, desenhei o primeiro chapéu para o meu master em moda na Domus Accademy. Feito de feltro, tinha a forma de um penteado masculino ondulado e repartido de lado (confira o modelo na aba de fotos acima).
Como é seu processo criativo?
O meu processo criativo começa na pesquisa de materiais. Geralmente não nascem no papel, no desenho, são fios que viram tramas que inspiram imagens. O caminhar nas fábricas, os erros durante a pilotagem, em restos de materiais pelo chão... Pilotos que trazem outras ideias e mais pilotos, é um processo totalmente intuitivo
É possível identificar uma tendência em chapéus hoje?
Chapéus mais utilitários que acompanham o mood da moda no momento e que ajudam a enfatizar ou adjetivar melhor o look desejado. A outra tendência é dos chapéus mais teatrais e lúdicos onde o céu é o limite!
Tem algum chapeleiro que considera uma referência?
Philip Treacy e Stephen Jones.
Da onde surgiu a ideia desta retrospectiva?
Desde que voltei da Europa para trabalhar na urbanização de uma área da família com meu marido, e coloquei todo o meu ateliê e arquivo em caixas, pensava em um dia fazer uma mostra. Mas foi com o convite de um amigo, que sempre acompanhou o meu percurso, Marcelo Kahns e Renata Mellão, que esta retrospectiva começou a tomar corpo!
Existe um modelo ideal para cada formato de rosto?
Acho que não um modelo ideal, mas modelos que tornam o conjunto mais harmônico. Existem, porém rostos que vestem praticamente qualquer forma de chapéu. O mais importante é a identificação com a peça naquele momento...
No Brasil, o uso do chapéu não é tão frequente e o acessório é usado só em especiais. Como podemos trazer o chapéu para o dia a dia?
Acho que com a necessidade da proteção do sol já identificada por muitas pessoas, o chapéu utilitário ganha cada vez mais espaço. No caso de uma pessoa que não goste de chamar muito a atenção, usar modelos de tecido, com formas básicas e abas menores pode ser um bom começo.
Exposição Na Cabeça na A Casa – Museu do Objeto Brasileiro
Abertura: 26 de maio de 2010, às 20h
Visitação: 27 de maio a 26 de agosto de 2010
De segunda a sexta-feira, das 11h às 19h. Sábados, das 10h às 14h
Entrada franca
rua Cunha Gago, 807, Pinheiros, São Paulo - SP
Tel. 0/xx/11 3814-9711
Fonte: Chic Glória Kalil