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06/04/2010
19/05/2010

Exposição

Exposição O Objeto, a Arte e o Artista



Exposição O Objeto, a Arte e o Artista


Esta exposição faz parte de um projeto que venho realizando com mulheres artesãs, nos últimos anos na America Latina. A atividade rural não agrícola vem se constituindo no continente Latino Americano como uma fonte de trabalho e resgate cultural. No Brasil o artesanato tem se mostrado fundamental para as mulheres do campo como fonte de renda e trabalho, aproveitando as vocações regionais, levando à preservação das culturas locais.

Através do registro fotográfico de duas importantes tradições do trabalho artesanal feminino brasileiro, o tear manual de Carmo do Rio Claro - MG e a Renda Irlandesa de Divina Pastora –SE, busquei a representação destas personagens muito amáveis com quem aprendi lições de vida. Conhecer mulheres como Da. Anézia 81 anos – Carmo e Da. Rita 63 anos – Divina Pastora e suas história de vida, vão além do olhar fotográfico.

Na cidade de Carmo do Rio Claro a atividade de tecer em teares manuais representa parte da renda de muitas famílias da região e Da. Anézia é uma das representantes mais ilustres desta comunidade, como ela mesma diz: “quem não aprendeu comigo aprendeu com quem eu ensinei”. Carmo possui a tradição mineira de tecer do Brasil Colônia. Os tecidos são confeccionados em teares manuais fabricados por marceneiros da região, o principal fio utilizado é o algodão. Houve um tempo que grande parte das casas mineiras possuía um tear e uma roda de fiar e a produção ia da manufatura do fio a confecção de colchas, colchões e roupas para a família. Enquanto teciam as mulheres iam dando nomes às tramas de acordo com o desenho - daminha, pilão, escama, dados, sem destino e até mesmo com o nome da artesã que os criava.

A renda de Divina Pastora, cidade do interior sergipano, classifica-se como irlandesa ou ponto de Irlanda, e está na modalidade de renda de agulha. Ganhou registro no Livro dos Saberes do IPHAN, sendo reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil e envolve boa parte da população da bucólica e pacata cidade. A renda é para as mulheres de Divina Pastora um ofício que se aprende cedo, em idades de 8 e 10 anos, e as acompanham por toda vida, principalmente as mulheres mais antigas que como dizem “sempre me vesti com a renda” fazendo uma alusão ao sustento proporcionado pela atividade. Eu sempre costurei precisando, mas costuro com amor, dou valor ao meu trabalho e a minha cidade” diz Clédia Maria, responsável pela igreja de Divina Pastora que guarda a toalha costurada na década de 70 pelas mulheres que teriam, nessa época, difundido o ofício na comunidade. Alguns dos pontos conhecidos e suas variantes, que compõem a costura, são parte da analogia das formas encontradas na natureza como: aranha, abacaxi, pé-de-galinha, espinha de peixe, entre outros.

Na tradição passada de mãe para filha vemos a recuperação de atividades que eram voltadas para consumo doméstico e que hoje ganham força no mercado de trabalho informal possibilitando as mulheres a inclusão social.

Sandra Rossi

Serviço


Abertura:
06 abr, às 19h

Visitação:
de 07 abr a 19 mai, de seg a sex, das 10h às 19h

Local:
A CASA museu do objeto brasileiro
Rua Cunha Gago, 807 - Pinheiros
Informações:
T + 55 11 3814 9711 | acasa@acasa.org.br