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01/09/2015
16/09/2015

Palestra

Debate sobre cerâmicas indígenas do Brasil



Debate sobre cerâmicas indígenas do Brasil


A CASA museu do objeto brasileiro
Dia 16 de setembro, quarta-feira, das 19h às 21h

No contexto da exposição Cerâmicas do Brasil, em cartaz até 18 de outubro, a A CASA museu do objeto brasileiro realizará, no dia 16 de setembro, um debate com a participação da arqueóloga e curadora Cristiana Barreto, da antropóloga e economista Betty Mindlin e da ceramista Uleialu Mehinako.

Cristiana Barreto traçará um rápido histórico das tradições ceramistas indígenas que remontam ao passado pré-colonial, com foco principal nas cerâmicas da Amazônia, abordando questões sobre a tradição e as mudanças observadas ao longo do tempo nas técnicas de confecção, nos usos, e significados simbólicos entre povos indígenas do passado e do presente. Em particular apresentará discussões sobre a complexidade dos contextos rituais em que as cerâmicas operam conforme vêm documentando suas pesquisas arqueológicas e as recentes etnografias sobre a cultura material ameríndia.

Observadora e participante da vida dos Paiter Surui de Rondônia desde 1978, a antropóloga Betty Mindlin falará da cerâmica deste povo, arte feminina, como o núcleo tradicional mais resistente através das grandes transformações sociais nas últimas décadas. A pesquisa (ainda em processo) de Jean-Jacques Vidal, com mestrado e doutorado orientados pela professora da Unesp e artista Lalada Dalglish, revela rituais e regras pouco estudadas e tem sido fundamental para divulgar e expor a obra das artistas Paiter.

Uleialu Mehinako apresentará a produção indígena dos Wauja, os tradicionais ceramistas do Parque Nacional do Xingu, muito conhecidos por suas panelas de vários formatos, com grafismos característicos e diferentes tamanhos – das minúsculas usadas como brinquedos pelas crianças; às enormes, chegando a atingir mais de um metro de diâmetro. Em particular, Uleialu falará sobre o costume de representar animais na cerâmica, prática bastante difundida entre os Wauja. Ainda, abordará o processo recente de interação entre os vários grupos xinguanos, o que proporcionou uma absorção de técnicas da cerâmica pelos Mehinako.


Curto perfil dos participantes

Cristiana Barreto
Formada em História, com Mestrado em Antropologia e Doutorado em Arqueologia pela USP, é especialista em cerâmicas arqueológicas da Amazônia e vem pesquisando a relação entre os diferentes estilos, contextos de fabricação e uso, e as diferentes cosmologias indígenas do passado e do presente. Atualmente desenvolve um projeto de pós-doutorado sobre as formas de representação do corpo nas cerâmicas arqueológicas da Amazônia junto ao Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. Além da pesquisa acadêmica, Cristiana tem uma preocupação especial com a divulgação de conhecimentos relacionados à cultura material indígena, do passado e do presente, e vem há mais de uma década organizando exposições e publicações sobre o tema, no Brasil e no exterior.

Betty Mindlin
Antropóloga, com doutorado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, e economista, com mestrado pela Universidade de Cornell, trabalha há anos em projetos de pesquisa e apoio a numerosos povos indígenas da Amazônia e outras regiões. É especialista em mitos indígenas, escrita/oralidade/música e apoio a professores indígenas. Há décadas vem desenvolvendo pesquisas etnológicas com os índios Surui de Rondônia, tendo produzido e organizado inúmeras publicações sobre o tema. Durante suas investigações para o doutorado, passou quase um ano com os Surui, entre 1979 e 1983, período distribuído em sete viagens. Dedica-se atualmente a escrever e registrar com professores e narradores indígenas a sua tradição e sua música, em mais de dez línguas, procurando criar um sistema para devolver às comunidades e aos jovens todos os registros gravados em pesquisas passadas.

Uleialu Mehinako
Autora das peças zoomorfas e dos pratos presentes na exposição, Uleialu é filha de pai Mehinako e de mãe Wauja. Aprendeu as técnicas de produção da cerâmica indígena Wauja com a irmã Yexuku Wauja, filha do segundo casamento de seu pai. Com isso, mesmo tendo origem paterna Mehinako, desenvolveu uma grande proximidade com os Wauja. Na mostra, seguindo a tradição Wauja de representar animais na cerâmica, apresenta uma panela que tem alça de onça e a tampa é uma cobra, enquanto a travessa é uma tartaruga.

Sobre a exposição Cerâmicas do Brasil
A mostra, com curadoria de Adélia Borges, junta em pé de igualdade criações de indígenas, artistas e designers populares e artistas e designers eruditos. A exposição tem como característica central a transversalidade, por lidar sem distinção com esses universos muitas vezes vistos de maneira estanque. “Além de misturar as autorias, a exposição também questiona os limites em geral muito rígidos entre artesanato, design e arte”, explica a Adélia Borges.

Da cerâmica indígena foram selecionados os Paiter Surui, de Rondônia, e os Wauja / Mehinako, do Parque Nacional do Xingu, Mato Grosso, os últimos presentes com obras de Iamony Mehinako e Uleialu Mehinako. Entre os populares, as paneleiras de Goiabeiras, de Vitória, Espírito Santo, e Irinéia Rosa Nunes da Silva e Antônio Nunes, de União dos Palmares, Alagoas. Sara Carone, de São Paulo; Inês Antonini, de Minas Gerais, Heloísa Galvão, nascida no Espírito Santo e radicada em São Paulo; e Brunno Jahara, do Rio de Janeiro, completam a seleção.

Serviço
Debate sobre Cerâmicas indígenas do Brasil
Dia 16 de setembro, quarta-feira, das 19h às 21h
Onde: Avenida Pedroso de Morais, 1216, Pinheiros - SP

Informações para a imprensa
Solange Viana | solange.viana@uol.com.br | (11) 4777.0234
Angelo Miguel | comunicacao@acasa.org.br | (11) 3814-9711
Assessoria de Imprensa & Comunicação