Histórico do grupo / associação:
O Imaginário iniciou suas atividades no sertão pernambucano com a parceria entre a Universidade Federal de Pernambuco, a Associação Quilombola de Conceição das Crioulas e o Sebrae-PE. Suas primeiras ações foram realizadas a 550 quilômetros da sede da UFPE, em uma comunidade quilombola localizada no município de Salgueiro.
Descrição detalhada do projeto:
O Imaginário Pernambucano é um projeto de pesquisa e extensão multidisciplinar, vinculado ao Departamento de Cultura da Universidade Federal de Pernambuco e desenvolvido por profissionais, professores e estudantes de diversas áreas do conhecimento. Seu objetivo é firmar a atividade artesanal em Pernambuco enquanto meio de vida sustentável, através de intervenções que respeitem os valores culturais das comunidades produtoras de artesanato.
O projeto tem sede no Centro Cultural Benfíca (um casarão histórico no bairro da Madalena, em Recife], mas sua atuação engloba praticamente todas as regiões geográficas do estado, cobrindo uma área aonde vivem cerca de 600 mil pessoas.
Produção:
O Imaginário Pernambucano realizou consultorias de design e oficinas de gestão que resultaram no desenvolvimento de mais de 30 novos produtos artesanais em Conceição das Crioulas. O design de cada peça foi desenvolvido junto à comunidade quilombola e reafirma a identidade étnica da população, numa lógica de intervenção que associa a contemporaneidade do design à preservação da cultura das populações tradicionais.
População beneficiada:
Em Kambiwá, o Imaginário Pernambucano fortaleceu a mobilização para o trabalho cooperado entre os artesãos indígenas e colaborou para a valorização da identidade e da cultura local, entre os mais de 1.400 índios que vivem nas seis aldeias da tribo.
Da mesma forma que os quilombolas de Conceição das Crioulas, os índios Kambiwá descobriram no artesanato uma maneira de reafirmar suas raízes étnicas e de encontrar recursos para lutar pela terra, a mesma de onde agora extraem a fibra do caroá, a palha do ouricuri, a madeira e as sementes que aprenderam a transformar em colares, pulseiras, cestos, bolsas, esculturas e outros produtos artesanais.
No ano seguinte, o município de Tracunhaém, na zona da mata sul de Pernambuco, foi integrado ao projeto. A comunidade é um dos maiores centros de produção de cerâmica do país e praticamente metade da população do município sobrevive, direta ou indiretamente, da transformação da argila em peças utilitárias e decorativas.
Metodologia:
No local, foram realizadas oficinas sobre cores, proporção, textura e materiais, com o objetivo de melhorar o processo de beneficiamento da argila e a qualidade da cerâmica produzida, o que possibilitou a otimização da produção e a criação de novas linhas de produtos. Além disso, foi elaborado o "Roteiro do Barro", antiga reinvidicação dos artesãos e artistas populares, como forma de sensibilizar e mobilizares grupos para a construção de projetos coletivos e para o associativismo.
Resultados alcançados:
O artesanato em barro, caroá, palha e imbira terminou por transformar-se na principal fonte de renda dos moradores da comunidade, que hoje alcançam projeção nacional e internacional na luta pelo direito de posse efetiva de suas terras. Em maio de 2002, Conceição das Crioulas conquistou o l Prêmio Banco Mundial de Cidadania, em reconhecimento ao projeto de valorização do artesanato quilombola desenvolvido pelo Imaginário Pernambucano.
Expandindo suas ações, o projeto chegou, ainda naquele ano, a uma comunidade indígena situada no município de Ibimirim, a cerca de 400 quilômetros do Recife.
Alto do Moura Reconhecido pela Unesco como o maior Centro de Artes Figurativas das Américas, o Alto do Moura recebeu o Imaginário Pernambucano ainda em 2003, quando foram realizadas as primeiras oficinas de melhoramento das técnicas de beneficiamento da matéria-prima (argila) e de otimização da produção. Ali praticamente cada casa é um ateliê e a arte do barro é passada de geração a geração, retratando cenas do cotidiano e dos costumes do povo nordestino.
Apoio / parcerias:
A parceria do Imaginário Pernambucano com a Associação dos Artesãos do Alto do Moura permitiu o desenvolvimento de novas linhas de produtos, mesclando temas e características inerentes ao artesanato figurativo local [como o trio nordestino e o boi do cavalo marinho) a uma produção artesanal de aspecto mais utilitário.
IMAGINáRIO PERNAMBUCANO:
O Imaginário Pernambucano é um projeto de pesquisa e extensão multidisciplinar, vinculado ao Oepartamento de Cultura da Universidade Federal de Pernambuco e desenvolvido por profissionais, professores e estudantes de diversas áreas do conhecimento. Seu objetivo é firmar a atividade artesanal em Pernambuco enquanto meio de vida sustentável, através de intervenções que respeitem os valores culturais das comunidades produtoras de artesanato. O projeto tem sede no Centro Cultural Benfíca (um casarão histórico no bairro da Madalena, em Recife], mas sua atuação engloba praticamente todas as regiões geográficas do estado, cobrindo uma área aonde vivem cerca de 600 mil pessoas. O Imaginário iniciou suas atividades no sertão pernambucano com a parceria entre a Universidade Federal de Pernambuco, a Associação Quilombola de Conceição das Crioulas e o Sebrae-PE. Suas primeiras ações foram realizadas a 550 quilómetros da sede da UFPE, em uma comunidade quilombola localizada no município de Salgueiro.
O Imaginário Pernambucano realizou consultorias de design e oficinas de gestão que resultaram no desenvolvimento de mais de 30 novos produtos artesanais em Conceição das Crioulas. O design de cada peça foi desenvolvido junto à comunidade quilombola e reafirma a identidade étnica da população, numa lógica de intervenção que associa a contemporaneidade do design à preservação da cultura das populações tradicionais. O artesanato em barro, caroá, palha e imbira terminou portransformar-se na principal fonte de renda dos moradores da comunidade, que hoje alcançam projeção nacional e internacional na luta pelo direito de posse efetiva de suas terras. Em maio de 2002, Conceição das Crioulas conquistou o l Prémio Banco Mundial de Cidadania, em reconhecimento ao projeto de valorização do artesanato quilombola desenvolvido pelo Imaginário Pernambucano. Expandindo suas ações, o projeto chegou, ainda naquele ano, a uma comunidade indígena situada no município de Ibimirim, a cerca de 400 quilómetros do Recife.
Em Kambiwá, o Imaginário Pernambucano fortaleceu a mobilização para o trabalho cooperado entre os artesãos indígenas e colaborou para a valorização da identidade e da cultura local, entre os mais de 1.400 índios que vivem nas seis aldeias da tribo. Da mesma forma que os quilombolas de Conceição das Crioulas, os índios Kambiwá descobriram no artesanato uma maneira de reafirmar suas raízes étnicas e de encontrar recursos para lutar pela terra, a mesma de onde agora extraem a fibra do caroá, a palha do ouricuri, a madeira e as sementes que aprenderam a transformar em colares, pulseiras, cestos, bolsas, esculturas e outros produtos artesanais. No ano seguinte, o município de Tracunhaém, na zona da mata sul de Pernambuco, foi integrado ao projeto. A comunidade é um dos maiores centros de produção de cerâmica do país e praticamente metade da população do município sobrevive, direta ou indiretamente, da transformação da argila em peças utilitárias e decorativas.
No local, foram realizadas oficinas sobre cores, proporção, textura e materiais, com o objetivo de melhorar o processo de beneficiamento da argila e a qualidade da cerâmica produzida, o que possibilitou a otimização da produção e a criação de novas linhas de produtos. Além disso, foi elaborado o "Roteiro do Barro", antiga reinvidicação dos artesãos e artistas populares, como forma de sensibilizar e mobilizares grupos para a construção de projetos coletivos e para o associativismo.
Alto do Moura Reconhecido pela Unesco como o maior Centro de Artes Figurativas das Américas, o Alto do Moura recebeu o Imaginário Pernambucano ainda em 2003, quando foram realizadas as primeiras oficinas de melhoramento das técnicas de beneficiamento da matéria-prima (argila) e de otimizaçào da produção. Ali praticamente cada casa é um ateliê e a arte do barro é passada de geração a geração, retratando cenas do cotidiano e dos costumes do povo nordestino. A parceria do Imaginário Pernambucano com a Associação dos Artesãos do Alto do Moura permitiu o desenvolvimento de novas linhas de produtos, mesclando temas e características inerentes ao artesanato figurativo local [como o trio nordestino e o boi do cavalo marinho) a uma produção artesanal de aspecto mais utilitário. Em Ponta de Pedras, no litoral norte de Pernambuco, há muito tempo os moradores buscavam na pesca a inspiração para sua produção artesanal. Mas durante anos somente a paisagem paradisíaca da praia conseguia seduzir os visitantes. A situação começou a mudar em 2003, quando o Sebrae e a UFPE perceberam o potencial de produção da comunidade e levaram para o povoado as ações do Imaginário Pernambucano.
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