Jaguaripe
Sua localização ao sul da Baía de Todos os Santos, abriga a foz do Rio Jiquiriça, formando um dos cenários mais bonitos da nossa costa; praias de areias brancas, que contrastam com e exubêrancia da Mata Atlântica e manguezais. O encontro dos rios Jaguaripe, Da Dona e Jiquiriça com o oceano contribuem para que estas áreas sejam grandes berçários naturais da diversidade biológica dos ecossistemas costeiros.
Historicamente, o município de Jaguaripe foi um dos primeiros criados no Brasil. Jaguaripe participou ds batalhas pela independência do Brasil e foi um ponto Importante de partida de desbravadores para o interior do território, porto que serviu de apoio à rota para as índias e para escoamento da produção da região para o abastecimento da capital Salvador. Com o declínio do transporte marítimo, a importância de seu porto diminuiu apresentando a atmosfera criada pelo urbanismo português no Brasil. A matriz de Nossa Sra. da Ajuda, a Casa de Câmera e Cadeia, com a sua temível Prisão do Sal e a Casa dos Ouvidores, tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional, são testemunhas desta época.
Projeto de Revitalizaçâo de Artesanato de Jaguaripe
Resgatar as atividades de produção artesanal relacionada às embarcações de saveiros e canoas de madeira do Recôncavo baiano utilizando-se o Design Social como base metodológica.
Esta foi a premissa básica do Projeto de Revitalizaçâo do Artesanato de Jaguaripe, onde aliam-se a inserção de nova fonte de geração de renda para os artesãos, desenvolvimento de novos produtos com as técnicas tradicionais de miniaturas de embarcações em entalhe de madeira, de confecção de rede e de esteiras de tala de dendê.
Situado na proximidade do encontro do Rio Jaguaripe com o oceano, na altura de Cacha-Prego (Itaparica/BA), a cidade de Jaguaripe preserva características do período do Brasil Colónia, com seu casario histórico e imponente, como a Prefeitura Municipal e a igreja matriz. O Projeto, apoiado pelo Programa Monumenta, vinculado ao MINC, atuou na comunidade realizando pesquisas, diagnósticos dos processos produtivos e capacitando os artesãos, marisqueiras e canoeiros na melhoria dos seus produtos, possibilitando a inserção no mercado consumidor de forma justa e consciente, potencializados pelo seu valor cultural. O resgate e a organização da produção dos barcos em miniatura possibilitam além da perpetuação de um saber tradicional da região para os mais jovens, a inserção no mercado de um produto diferenciado e de forte apelo cultural, só encontrado ali.
O emprego de matérias primas locais foi priorizado, adequando às práticas sustentáveis de preservação dos recursos naturais; Fibras da talheira de placava, talas da palmeira do dendê, ostras de mariscos e escamas de peixe, se somam ao uso de panos de vela em algodão e cordões de redes. Com foco nos mercado de decoração e serviços, os novos produtos desenvolvidos no projeto – jogo americano, porta guardanapo, descansador de panela e caminho de mesa -, possibilitam a inserção de produtos culturais que utilizam elementos naturais na ambientação de mesas, residenciais ou comerciais, criando um clima de descontraçâo e requinte, sem contar com a sua importância social.
O projeto considerou também as etapas de capacitação dos artesãos no processo de comercialização, com oficinas de formação de preço e missões para eventos promocionais, e inserção dos produtos no mercado com a produção de ferramentas de divulgação e comercialização, como os catálogos de produtos nas versões impressa e digital.
O Design Social entra neste contexto no planejamento estratégico das ações e no desenvolvimento dos produtos sociais seguindo as diretrizes do comércio justo, sem esquecer da racionalização do processo produtivo, ou seja, aliando produção com respeito ao produtor.
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